Será aberta nesta terça-feira a 7ª Ecolatina, conferência que reúne representantes de 30 países e 6 mil congressistas. Mudanças no clima, biocombustíveis e responsabilidade social estão entre os temas
Organizadores finalizam a montagem de estandes da feira do evento, que contará com mostra de fotografias e será aberta à comunidade
Mais de 250 palestrantes, 30 países envolvidos, quase 6 mil congressistas e 13 mil visitantes. De terça até
sexta-feira, Belo Horizonte sedia a 7ª Conferência Latino-Americana sobre Meio Ambiente e Responsabilidade Social (Ecolatina), um dos mais representativos eventos socioambientais do Brasil, este ano dedicado ao tema “Mudanças climáticas: tempo de entrar em ação”. O Minascentro, na Avenida Augusto de Lima, 785, no Centro, vai transformar-se em uma grande mesa de discussões, palestras, exposições, debates e intercâmbios na qual vão se sentar representantes do poder público, de organizações não-governamentais (ONGs), da iniciativa privada e da sociedade. O objetivo é colocar em debate informações e, principalmente, um alerta sobre os perigos das mudanças climáticas responsáveis pelo aquecimento global.
Segundo relatório do Painel Intergovernamental da Organização das Nações Unidas (IPCC/ONU) sobre o tema, o aumento dos gases de efeito estufa na atmosfera é o mais importante causador da elevação de temperatura do planeta. O gás carbônico (CO2) é o principal deles e o maior vilão, o setor de energia, responsável por 37% das emissões, o equivalente a 23 bilhões de toneladas/ano, mais de 700 toneladas por segundo. Apesar de o Brasil estar em 4º lugar no ranking mundial dos emissores, a matriz energética do país ainda é considerada uma das mais limpas do mundo. “Mais de 75% desta poluição vêm do desmatamento, principalmente por causa das queimadas na Amazônia, e não da produção energética ou do uso de combustíveis fósseis”, afirma a superintendente do Greenpeace na capital, Dalca Teixeira.
Também destaca a importância de a feira do evento ser aberta à comunidade. “Faremos uma mostra fotográfica mostrando as mudanças climáticas no país. Nenhum metro quadrado do planeta está livre desses efeitos e Minas já sofre com o problema. A população precisa se conscientizar”, diz.
Durante o Fórum Latino-Americano sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, encontro que integra a programação da Ecolatina, especialistas, executivos e lideranças ambientais brasileiras e do exterior vão tratar dos desafios enfrentados pelos países da América Latina diante do aquecimento global. Paralelamente, ocorrem os fóruns de Secretários Estaduais de Meio Ambiente, Brasil Sustentável, incluindo um evento a parte para a construção civil e energias renováveis.
Uma das cinco mesas internacionais sobre biocombustíveis sustentáveis, com a participação de 12 países, é um dos grandes destaques do evento. “Mas o mais importante é sensibilizarmos a sociedade para essa questão e a engajarmos na busca de soluções capazes de garantir a qualidade de vida para esta e para as futuras gerações”, salienta o coordenador-geral da Ecolatina, Ronaldo Gusmão. Ele ressalta, dentro da programação, a 14ª Conferência Anual da Rede Social da América Latina e Caribe (Redlac), pela primeira vez no Brasil.
(Por Izabela Ferreira Alves,
Estado de Minas, 16/10/2007)