A cada segundo, o lago Guaíba recebe cerca de 2,2 mil litros de esgoto bruto. Apesar de impressionante, essa marca pode ser bastante reduzida em um período de 20 anos, através do Programa Integrado Socioambiental (Pisa). O projeto prevê uma melhora significativa no sistema de esgotos de Porto Alegre, além de aumentar a balneabilidade do lago.
"Essa obra será muito importante para a população da Capital. Não só porque vai reduzir a poluição, mas porque beneficiará mais de 700 mil pessoas, que terão novas oportunidades de emprego, condições de moradia e saneamento", diz o diretor-geral do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae), Flávio Presser. Junto com representantes de outros órgãos públicos, ele participou ontem de uma reunião para apresentar o programa à comunidade.
O Pisa já passou por um processo de análise por parte de uma missão do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e terá investimentos de mais de R$ 350 milhões - parte dos recursos virá da Caixa Econômica Federal, através do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC), e da prefeitura. As negociações com o BID, principal financiador, começaram em 2000, mas só foram aprovadas cinco anos depois.
O índice de tratamento, que hoje é de 27%, passará a 77%", explica Presser. "Isso vai reduzir em 90% a quantidade de coliformes lançados na extensão do Guaíba". O sistema de abastecimento também vai melhorar, já que a carga de poluentes orgânicos e de coliformes na água captada será menor, diminuindo a necessidade de produtos utilizados para o tratamento. O programa está dividido em três sistemas - Cavalhada, Ponta da Cadeia e Restinga -, que atendem a regiões onde é produzido a maior parte do esgoto coletado no município.
A previsão é de que o Pisa seja implantado no ano que vem. Para o Dmae, a balneabilidade do Guaíba deve começar a melhorar a partir de 2012, devendo chegar ao índice de 77% em 2032.
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JC-RS, 16/10/2007)