Dentro de 15 dias, poderá ser anunciada a chegada de uma nova empresa no Parque Industrial da Restinga (PIR). A usina de biodiesel Usibiosul tem mantido contato com a prefeitura da Capital para acertar os detalhes para a instalação de uma processadora de resíduos de óleo de cozinha no local. "O custo para erguer uma usina no Parque da Restinga é bastante acessível e, estando em Porto Alegre, ficaríamos muito próximos à nossa matéria-prima", explica o diretor da empresa, Gelson Conte.
A estrutura prevista é de pequeno porte e resultaria em 15 vagas diretas de emprego, além do recrutamento de especialistas a partir de acordos com órgãos de pesquisa. A Usibiosul e a Pontifícia Universidade Católica no Estado (Pucrs) desenham um convênio para desenvolver tecnologia de identificação e extração de energia da gordura saturada. Ao mesmo tempo, há uma negociação da usina com uma companhia de Cachoeirinha para dar suporte à pesquisa, mas seu nome está sob sigilo.
O valor do investimento na Restinga também não é divulgado. A planta contará basicamente com estrutura básica e tanques de processamento. "Além do investimento e dos empregos, a possível instalação da Usibiosul é importante para o meio ambiente, pois aproveitará as sobras do óleo, que hoje são jogadas fora", explica o secretário municipal de Produção, Indústria e Comércio (Smic), Idenir Cecchim.
A Usibiosul é resultado da parceria entre a Usibio e a Atlantis Tecnologia e Serviços. A Usibio conta com nove unidades no Brasil, especialmente na região Centro-Oeste. A capacidade total de produção chega a cem mil litros por dia, com o processo de óleos vegetais, sebo e gordura de aves. Agora, a empresa começa a direcionar seus recursos para o Rio Grande do Sul. Além da unidade na Restinga, duas outras estruturas deverão ser construídas em solo gaúcho nos próximos meses.
Caso se confirme, o investimento mercará a chegada da 11a empresa do PIR. Atualmente, 300 pessoas trabalham no local, que reúne especialmente empresas de móveis e metalmecânica. Em 60 dias, três novas companhias começarão a trabalhar no local, nos setores de madeira, reciclagem e mecânica. As plantas já estão construídas. A expectativa de Cecchim é de que pelo menos oito novos empreendimentos se instalem no PIR em 2008, o que esgotaria a oferta de terrenos. "Se continuar nesse ritmo, é possível que ampliemos o número de terrenos com infra-estrutura no parque da Restinga já no ano que vem", anuncia o secretário. A empresa de grande porte do setor de medicamentos, que no início deste ano chegou a sondar um aporte no PIR, não deve mais investir devido à falta de acerto de incentivos fiscais.
(Por Erik Farina,
JC-RS, 16/10/2007)