A Agência Internacional da Energia (AIE) pediu hoje aos Governos que adotem medidas de eficiência energética, pois a curto prazo são as que oferecem maiores resultados para enfrentar a mudança climática e os problemas de fornecimento. Em comunicado, o diretor-executivo da AIE, Nobuo Tanaka, disse que "a eficiência apresenta uma oportunidade única: não só economiza energia, mas reduz os custos e as emissões de CO2 (dióxido de carbono)".
"Uma proporção significativa do potencial das conquistas da eficiência energética é perdida por causa das barreiras no mercado da energia", alertou Tanaka durante a apresentação de um relatório que lista os principais problemas causados pela relação entre clientes e prestadores de serviços. Os autores do relatório indicam que estas barreiras impedem os consumidores de assumirem a responsabilidade por certas conseqüências - em termos de consumo de energia - dos produtos ou serviços que utilizam.
Como exemplo, lembram que, quando um inquilino aluga um imóvel mobiliado, paga as contas de luz, mas não pode influenciar na escolha dos eletrodomésticos, comprados pelo proprietário, que não tem incentivos para escolher aqueles que consomem menos, já que não pagará pela energia utilizada. Outro exemplo é o dos decodificadores de televisão, que representam 1,5% do consumo residencial total nos Estados Unidos, e sobre cujo consumo de energia os fabricantes também não têm incentivos, já que não serão eles que pagarão a conta de luz.
No relatório, a AIE - que reúne os grandes Estados consumidores da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) - reconhece que a eliminação dessas barreiras para a eficiência energética é "complexa" e que não basta apenas uma única política. Para discutir a questão, os Governos deveriam primeiro elaborar contratos nos quais os interventores fossem confrontados com os custos da energia gerados pela atividade.
Uma segunda medida proposta é regular o nível de eficiência energética em edifícios; e a terceira é melhorar o acesso à informação sobre as conquistas dessa eficiência energética. "Sabemos o que é preciso fazer, sabemos quais políticas funcionam, e agora os Governos têm que fazer três coisas: aplicar, aplicar e aplicar políticas de eficiência energética", disse Tanaka
(EFE, 15/10/2007)