A Polícia Federal em Florianópolis concluiu ontem (15/10) o inquérito da Operação Moeda Verde indiciando todos os 22 que cumpriram prisão temporária em maio ou tiveram prisão determinada pela Justiça Federal por suspeita fraude e corrupção na área ambiental.
A lista, porém, aumentou. A delegada presidente do inquérito, Julia Vergara, indiciou mais pessoas em decorrência das provas coletadas, mas a Polícia Federal não informou quantas nem quem são.
A Operação Moeda Verde buscou provas da ocorrência de crimes contra a ordem tributária, tráfico de influência, formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, falsificação de documento e uso de documentos falsos. O inquérito segue agora para o Ministério Público Federal formalizar a acusação à Justiça.
Segundo a PF, o esquema fraudava ou criava novas leis e licenças ambientais para legalizar a construção de empreendimentos imobiliários em áreas de preservação permanente. No decorrer da investigação, dois vereadores de Florianópolis foram cassados e o prefeito Dario Berger (PSDB) --que não está entre os indiciados-- passou a responder a uma comissão processante na Câmara Municipal.
Diálogos de escutas telefônicas autorizadas levaram à suspeita de que ele sancionou uma lei para beneficiar o empresário Fernando Marcondes de Mattos, dono do resort de luxo Costão do Santinho. A lei concedeu corte de 50% do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) ao setor hoteleiro. Berger e Mattos negam.
O empresário está entre os 22 indiciados por Vergara. A lista de indiciados inclui três ex-secretários da Prefeitura de Florianópolis, ex-diretores e funcionários de órgãos ambientais e de turismo de Santa Catarina e da Prefeitura de Florianópolis, dois vereadores cassados e uma dezena de empresários.
A reportagem não conseguiu, até as 21h, falar com os indiciados que procurou. Quando das prisões, Mattos negou as acusações em entrevistas. Berger afirmou que assinou uma lei reivindicada pelo setor hoteleiro para possibilitar mais emprego à cidade, e não para atender a um único empresário.
(Por Mari Tortato,
Agência Folha, 15/10/2007)