A falta de equipamentos, a demora no licenciamento ambiental e a carência de mão-de-obra especializada foram os principais limitadores encontrados pela Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) na definição do plano de investimentos da companhia para o período entre 2008 e 2012. A Vale pretende desembolsar US$ 59 bilhões nos próximos cinco anos e, de acordo com o presidente da empresa, Roger Agnelli, não foi a falta de fôlego financeiro que determinou o teto.
A questão física e não a financeira é que limitou o plano de investimentos. De qualquer forma, os US$ 11 bilhões previstos para 2008 são o maior investimento já feito por uma mineradora, frisou Agnelli, acrescentando que, entre os objetivos da companhia, está a ampliação da liderança mundial entre os produtores de minério de ferro - com estimativa de elevação da produção de 300 milhões de toneladas este ano para 422 milhões de toneladas em 2012 - e o fortalecimento da liderança no mercado de níquel, com avanço de 260 mil toneladas previstas em 2007 para 507 mil toneladas em 2012.
O executivo ressaltou ainda que, a princípio, o fluxo de caixa da companhia seria suficiente para arcar com a previsão de investimentos. Agnelli não descartou, no entanto, a utilização de outras fontes de financiamento e citou inclusive que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como possível financiador de parte dos projetos apreciados no plano de investimento.
Temos conversado com agências multilaterais de financiamento - tanto na China, quanto no Japão e na Alemanha, e inclusive no Brasil, com o BNDES, e no Canadá - para que a gente possa pegar recursos de longo prazo e atrelar a estes projetos. Não é necessário, mas a gente entende que ter financiamento desses organismos internacionais é importante para a companhia, disse Agnelli.
O diretor financeiro da Vale, Fábio Barbosa, revelou que a relação dívida/Ebitda da empresa vem se reduzindo desde a aquisição da canadense Inco, há um ano. Segundo Barbosa, o endividamento, que equivalia a duas vezes o fluxo de caixa no ano passado,é apenas 1,3 vez maior que o Ebitda atualmente. Em média, a dívida da Vale tem vencimento em dez anos, com custo inferior a 7% ao ano.
Vamos buscar qualidade para melhorar o perfil do endividamento, comentou Barbosa.
Os executivos da Vale participaram hoje do CVRD Day, na Bolsa de Nova York, onde apresentaram a investidores o plano de investimentos da empresa para o período de 2008 a 2012.
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Valor Online, 15/10/2007)