As possíveis conseqüências sociais e econômicas da construção de hidrelétricas do complexo do Rio Madeira são tema de estudo desenvolvido pelo Ministério Público de Rondônia. Entre esses impactos estão a demanda por saúde, educação, infra-estrutura e emprego.
Em entrevista ao programa Notícias da Manhã, da Rádio Nacional, o procurador de Justiça Rodney Pereira, integrante da comissão criada no Ministério Público de Rondônia para analisar o assunto, disse que a maior preocupação é a mão de obra direta. Com a implantação das hidrelétricas serão gerados 40 mil empregos diretos.
"Isso redundará numa migração muito forte, porque o estado ainda não adaptou a mão de obra local para a realização dessa hidrelétrica”, disse
O procurador disse que outra preocupação é a elevação da população local que a migração vai acarretar. De acordo com o Ministério Público de Rondônia, o estudo de impacto social ambiental apresentado pelo consórcio Odebrecht/Furnas foi feito no ano passado e o empreendedor apresentou a avaliação em novembro.
Segundo Pereira, o Ministério Público considerou o trabalho da Odebrecht defasado e pediu uma complementação que permita avaliação mais aprofundada e extensa das conseqüências da implantação das hidrelétricas.
Para o procurador, o planejamento dos governos estaduais e municipais está lento e o consórcio Odebrecht/Furnas também não tem recursos suficientes e necessários para suportar os impactos sociais decorrentes da implantação das usinas.
“Eu faço um alerta aos governos federal, estadual e municipais e ao próprio consórcio Odebrecht/Furnas, para que eles realizem as obras e implementem os recursos necessários para suportar a demanda migratória”.
(Por Deborah Souza, Agência Brasil, 15/10/2007)