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saúde pública
2007-10-16

Na véspera do Dia Mundial da Alimentação, comemorado nesta terça-feira (16/10), o representante no Brasil da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO, em inglês), José Tubino, fez um diagnóstico favorável sobre o combate à fome no país. Segundo ele, o Brasil conseguirá reduzir pela metade a fome até 2015, o que permitirá ao país cumprir a Meta do Milênio para a segurança alimentar.

Apesar de 29% da população brasileira, segundo Tubino, ainda sofrer com a fome ou a deficiência alimentar, o representante da FAO mostra-se otimista quanto às ações do governo, da sociedade civil e das empresas para reduzir esses números. “Sabemos pela Pnad [Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios] que existe uma redução da pobreza extrema e da desigualdade, na última década, no país. Portanto, os objetivos da meta mundial da alimentação, que é reduzir a fome em 50% até 2015, nós consideramos que vão ser atingidos aqui no Brasil”, estima.

Para Tubino, a adoção de políticas públicas e de ações de longo prazo tem feito o país liderar a luta contra a fome. “O Brasil tem programas, estratégias e marco institucional, o que não existe em outros países”, destaca. Entre os órgãos voltados para a redução da fome, ele cita o Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome e o Conselho Nacional de Segurança Alimentar. O representante da FAO também menciona a Lei Nacional de Segurança Alimentar como exemplo na luta contra a fome.

Tubino diz ainda que a população também tem ajudado a reduzir o problema no país. “Há, também, o comprometimento da sociedade civil organizada e de muitas empresas que estão trabalhando a responsabilidade socioambiental”, salienta.

A redução da fome, diz o especialista, representa apenas a primeira etapa na garantia da segurança alimentar. O desafio agora, diz Tubino, consiste em melhorar a qualidade da alimentação no Brasil. Segundo ele, enquanto uma parcela da população é vítima da pobreza e sofre com a desnutrição e a má-nutrição crônica, a obesidade provoca cada vez mais doenças crônicas como câncer e diabetes na sociedade.

“São problemas que têm a ver com a falta de conhecimento e de cuidado”, explica. “O problema afeta especialmente com as crianças, que estão consumindo produtos com qualidade nutricional baixa influenciadas pelos meios de comunicação”, explicou, citando os restaurantes fast-food como exemplo.

Para reverter a alimentação pobre em nutrientes, Tubino diz que é importante garantir o respeito à cultura e ao paladar das diversas regiões do país. Ele elogia a iniciativa do governo de regionalizar a merenda escolar, oferecendo, por exemplo, cuzcuz com baião-de-dois na rede pública de ensino em Fortaleza (CE).

O representante da FAO, no entanto, vai além e defende o ensino de educação alimentar nas escolas do país. “Temos que abrir uma dimensão educacional no Programa Nacional de Alimentação Escolar e aprimorar não somente o conteúdo da merenda escolar, mas fornecer educação alimentar nutricional vinculada com educação ambiental”, afirma.

Definidas em 2000 pela Organização das Nações Unidas (ONU), as Metas do Milênio estabelecem objetivos para reduzir as desigualdades sociais e melhorar a qualidade de vida no planeta até 2015.

(Por Morillo Carvalho, Agência Brasil, 15/10/2007) 

    
 


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