A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) pediu hoje, ao governo Síro informações sobre a instalação da usina nuclear "não-declarada" por ter sido alvo de um ataque aéreo realizado por Israel, disse o porta-voz. Citando autoridades dos Estados Unidos e de outros países que tiveram acesso a relatórios dos serviços de inteligência, o jornal The New York Times referiu Domingo que a construção do reactor nuclear não concluiu o seu projecto que seria semelhante ao de um reactor da Coréia do Norte utilizado na produção de matéria-prima para bombas atómicas.
No começo deste mês, Israel confirmou o ataque aéreo contra a Síria no dia 6 de Setembro, mas não revelou o seu objetivo. O presidente sírio, Bashar al-Assad, disse que o alvo seria uma construção militar desactivada. "A Agência Internacional de Energia Atómica entrou em contacto com as autoridades sírias a fim de confirmar a veracidade dessas notícias", disse Melissa Fleming, porta-voz da AIEA (uma agência ligada à Organização das Nações Unidas, ONU).
"A AIEA não possui informações sobre qualquer instalação nuclear não-declarada na Síria e nenhuma informação sobre as notícias recentes", afirmou Fleming, em um comunicado divulgado na sede da agência, em Viena. O Secretariado da AIEA espera que todos os países detentores de informações sobre actividades de outros países relacionadas com a área nuclear forneçam tais informações à AIEA.
A AIEA procura garantir o uso pacífico da energia nuclear, e os inspectores verificam se a tecnologia atómica dos países-membros não são desviadas para o desenvolvimento de bombas, o que viola o Tratado de Não-Proliferação Nuclear. A Síria faz parte do grupo de 144 nações da AIEA desde 1963 e possui declaradamente um reactor nuclear pequeno, que funciona no âmbito das salvaguardas da entidade. O país negou esconder qualquer actividade nuclear da AIEA ou manter um programa para o desenvolvimento de bombas atómicas.
(Angola Press, 15/10/2007)