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imprensa e meio ambiente impactos mudança climática br
2007-10-15
Duas das mais poderosas organizações não-governamentais ambientalistas do país estiveram representadas durante o II Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental, encerrado na sexta-feira (12/10) em Porto Alegre. Ana Lígia Scachetti, gerente de Comunicação da SOS Mata Atlântica, e a representante do Greenpeace, Gabriela Michelotti, participaram do painel “As ONGs Ambientalistas, A Mídia e o Aquecimento Global” com mediação da também jornalista Gisele Neuls, da Estação Vida do Mato Grosso.  

Gabriela falou sobre a relação estabelecida entre Greenpeace e a chamada grande imprensa. Explicou que a estratégia da ONG para a campanha Mudanças Climáticas, iniciada ainda em 2005, era atingir o maior número de pessoas, sendo necessário para que isso ocorresse, o estabelecimento de parcerias com os veículos de comunicação de massa. “Como queríamos realmente chamar a atenção do grande público, buscamos apoio da imprensa tradicional”, justificou. A parceria, na verdade, significou que os principais jornais e revistas e emissoras de TV passassem a divulgar as peças publicitárias da ONG de forma gratuita.

Efeitos locais
A campanha no Brasil obedeceu a um planejamento estratégico do Greenpeace mundial que previa em sua primeira fase iniciada em 2006, a divulgação maciça dos efeitos do aquecimento global. Gabriela lembrou que o tema era visto pelos brasileiros, de modo geral, como algo que não afetava o Brasil. “Constatamos que a mídia se concentrava muito nos efeitos das mudanças no clima nos árticos e não nas conseqüências no país”, recorda. A partir dessa constatação, a campanha pode ser considerada um case de sucesso. Além de trazer a questão para o trópico, o Greenpeace se tornou referencia e porta-voz sobre o tema. “Atingimos governos, academia e as comunidades vítimas das alterações do clima”, afirmou.

E para escapar da surrada acusação de que ONGs só apontam problemas mas não sugerem soluções, a segunda fase da campanha, que foi iniciada neste ano, trouxe um diagnóstico no qual o Greenpeace elege duas prioridades para combater as mudanças climáticas. A primeira seria a formulação de uma Política Nacional de Mudança Climática, que prevê a eliminação das termelétricas no país e sua substituição por energias renováveis. A segunda prioridade foi apresentada em 3 de outubro, em conjunto com outras oito entidades, que visa reduzir à zero as taxas anuais de desmatamento da Amazônia em até 7 anos.

De acordo com o pacto, serão estabelecidas metas graduais e crescentes para a redução do ritmo dos desmates. Na ocasião do lançamento, as entidades ambientalistas apresentaram um levantamento do Instituto Centro de Vida (ICV), no qual foi afirmado que o pacto não inviabilizaria as atuais atividades econômicas ligadas ao setor agropecuário. “Tentamos estabelecer a relação do desmatamento da Amazônia com o efeito estufa”, diz.

Os piores desastres naturais
Outra peça importante da campanha do Greenpeace foi a confecção do relatório em parceria com o Grupo de Energia da Universidade de São Paulo (GEPEA/USP) no ano passado. Entre outros desastres naturais, o documento mostra a seca de 2005 no rio Amazonas, uma das piores já sentidas, a estiagem na Região Sul em 2006 e a desertificação no semi-árido, com depoimentos de vários cientistas. “Reunimos imagens do furacão Catarina que danificou mais de 32 mil casas em Santa Catarina e o tornado que devastou Muitos Capões no Rio Grande do Sul em 2005”, completou Gabriela.

A jornalista revelou ainda que o Greenpeace pensa “uma campanha política muito forte” como complemento do pacto pelo desmatamento zero na Amazônia. “Vamos trabalhar para que o governo brasileiro adote a inclusão da floresta para o segundo período do Protocolo de Kyoto, em Bali, em dezembro”, afirmou.

Mata Atlântica
Com menos espaço nas discussões do congresso, mas não menos importante e com certeza tão devastada ou mais que a Amazônia, a Mata Atlântica foi lembrada pela jornalista Ana Lígia, da SOS. Salientou que apesar das atenções estarem voltadas nesse momento mais para a Amazônia [em razão do pacto], o bioma é o mais ameaçado do país e nem por isso tão valorizado.

Destacou que a ONG surgiu em 1986 notadamente com o objetivo de alertar a população de que o bioma onde a maioria dos brasileiros vive é um dos mais ricos do mundo em biodiversidade, mas também um dos mais ameaçados historicamente. “Restam no Rio Grande do Sul, pouco mais de 7% de remanescente de Mata Atlântica”, afirmou.

Assim como o Greenpeace, a SOS também se utiliza a grande mídia para divulgar suas ações e campanhas. Por sinal, no grupo de fundadores da ONG participaram e ainda participam muitas cabeças premiadas da publicidade brasileira.  Aproveitando a boa presença do público, Ana divulgou os veículos de comunicação da SOS (sites, revistas e boletins eletrônicos) e as principais ações na grande mídia, em geral com a participação de famosos. “Não discriminamos os veículos, lidamos da mesma forma com o jornal da esquina e o veículo da grande mídia”, garantiu, sem, no entanto, citar qualquer ação com os pequenos. Pelo contrário, recordou a colaboração da cantora Vanessa Camargo, quando a ONG conseguiu recentemente atrair jornalistas que atuam em programas e sites de fofoca, atingindo um público bem diversificado. “Outra vez tivemos o apoio do "O Rappa" e do cantor Otto”, lembrou.

Ana comemorou a presença das campanhas e da temática ambiental em diferentes editorias de jornais e revistas. “Conseguimos atingir até mesmo aquela dona-de-casa que não sabia como separar o lixo de sua casa ou a importância de economizar água”.  A gerente disse ainda que hoje há um grande número de jornalistas não especializados que procuram a SOS buscando pautas e informações. “O número de contatos da ONG triplicou de 2004 para 2006”, concluiu.

(Por Carlos Matsubara, Ambiente JÁ, 15/10/2007)

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