Um produto que está sendo apresentado como a solução para o problema dos plásticos que duram anos na natureza e contaminam o ambiente - o plástico oxibiodegradável - precisa ser melhor estudado, porque não é totalmente verdadeiro que ele se degrada e não contamina. A informação é do presidente da empresa Polo, de Montenegro, Jorge Cardoso, fabricante de filmes para embalagens e que chegou a produzir o material, mas acabou desistindo porque constatou que não é o que dizem. "Usar oxibiodegradável em sacolas de plástico e outros produtos, acreditando que ele vai se degradar rapidamente, é tapar o sol com a peneira",
afirmou Cardoso.
Plástico II"Para que o plástico se transforme em água e gás carbônico, como apregoam, ele precisaria conter produtos orgânicos, o que não acontece, o plástico petroquímico se desmancha em micropartículas, sim, mas contamina o ambiente, inclusive pela tinta e a cola que contém, que não são biodegradáveis", explicou. Segundo Cardoso, também presidente do Sindicato do Plástico, será preciso aprofundar os estudos sobre o assunto e evoluir tecnologicamente. "Não assino embaixo do oxibiodegradável", concluiu.
Plástico IIIO vice-presidente de Poliolefinas da Bras-kem, Luiz de Mendonça, defendeu posição semelhante em reunião com o Sinplast-RS, dizendo que "não é sério, não é responsável" a afirmação de que a colocação de certos aditivos no plástico faz com que "desapareça" na natureza. Disse que até o nome usado é errado, pois se fosse oxibio teria que se transformar em CO2 e água. O que acontece com o produto que está sendo proposto "é simplesmente esfarelar". A saída, segundo Mendonça, é a reciclagem. "O plástico é 100% reciclável", disse. "É fácil dizer que está tudo resolvido, mas nós temos a posição de não abraçar a causa do 'aditivo' como solução."
(Por Danilo Ucha,
JC-RS, 15/10/2007)