Vale do Taquari - Através de denúncias anônimas a polícia ambiental conseguiu localizar dois rinhadeiros. A primeira batida ocorreu na sexta-feira. Um comerciante de 45 anos foi preso em flagrante acusado de maus-tratos contra animais e por tentar impedir a fiscalização da lei. Ele mantinha um rinhadeiro em Travessa Eckardt no Bairro Glucostarck. Com a ajuda da Brigada Militar, o Grupo de Polícia Ambiental do Vale do Taquari apreendeu 61 galos. Um estava morto e vários outros feridos.
No momento em que a Brigada Militar chegou havia cerca de 40 pessoas. O comerciante tentou bloquear a entrada dos policiais no terreno. A Polícia Ambiental tem amparo legal para se introduzir em locais denunciados, não precisa, portanto, de mandado judicial. Devido ao impasse, muitos espectadores fugiram para o mato. Outros tentavam apagar os vestígios de sangue das aves. Os 12 policiais agiram rápido e conseguiram capturar galos escondidos. O homem foi preso com base no artigo 69 do Código Penal, por criar obstáculos à fiscalização do Estado. Encaminhado à Delegacia de Polícia de Lajeado, pagou fiança de R$ 1 mil e conseguiu a liberação. Dentro da DP ele não quis comentar o fato à reportagem do jornal O Informativo do Vale. O delegado José Romanci Reis esclarece que o comerciante vai responder processo de maus-tratos. A multa pode variar de R$ 500 a R$ 2 mil por ave apreendida. Para Reis, as rinhas preocupam porque atraem outros crimes, como apostas, brigas e tráfico de drogas. "É uma crueldade contra animais."
O acusado foi nomeado fiel depositário. As aves permanecerão em seu terreno. A polícia localizou no rinhadeiro dez biqueiras de prata - acessório utilizado para machucar ainda mais os galos, cronômetros, agulhas e seringas.
Foragido no localOutro homem de 29 anos foi preso durante o flagrante em Cruzeiro do Sul. Ele estava foragido do Instituto Penal Agrícola de Mariante desde o dia 18 de setembro. Cumpria pena, acusado de tráfico de drogas.
Denúncia no Morro do BilharEm Poço das Antas, a segunda batida policial ocorreu por volta das 16h de sábado. A denúncia chegou pela manhã para a Associação Protetora dos Animais, em Teutônia. O responsável, Vladimir da Silva, acionou a Brigada Militar que montou uma operação com o Grupo de Polícia Ambiental do Vale do Taquari. O rinhadeiro estava localizado no Morro do Bilhar.
Os policiais flagraram dois galos em combate e revistaram 35 pessoas que estavam no local. Um quadro-negro escrito com giz branco anunciava o valor das carreiras: R$ 80. No local havia 29 aves, sendo que duas estavam feridas. Após as explicações para a polícia, ele foi nomeado fiel depositário. Os animais permanecem na sua casa, mas não mais para briga. Assim como o acusado de Cruzeiro do Sul, este será processado por crueldade. A polícia recolheu medicamentos, crônometro, relógio, esporas e biqueiras.
O que diz a leiPelo artigo 32, é crime contra a fauna "praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos".
- A pena é de detenção de três meses a um ano e multa entre R$ 500 e R$ 2 mil. Se ocorrer morte do galo, a pena é aumentada de um sexto a um terço.
(Por Andréia Rabaiolli,
O Informativo do Vale, 15/10/2007)