A maior parte do CO2 emitido por atividades humanas permanece na atmosfera por cerca de 1.800 anos. O número, apresentado em outro estudo do grupo de Weaver na "Geophysical Research Letters", é quase dez vezes maior do que o fornecido por estimativas antigas. "Essa vida média tinha sido estimada em cem a 400 anos por modelos anteriores", diz Montenegro.
O brasileiro, primeiro autor do trabalho, diz acreditar que a discrepância ocorreu porque os estudos antigos não consideravam efeitos do aquecimento na superfície oceânica, que atrapalha correntes que levam as águas do fundo para cima. "Se a primeira camada na superfície oceânica absorve CO2 e fica saturada, para ela continuar a absorver é preciso afundar aquela água e trazer outra", diz. Além disso, o fluxo de baixo para cima leva nutrientes a seres vivos que retém carbono.
(Por Rafael Garcia, Folha de S.Paulo, 15/10/2007)