Um novo fundo está sendo desenvolvido pelo Banco Mundial para ajudar países em desenvolvimento com centenas de milhões de dólares, com o objetivo de proteger e replantar florestas tropicais, que armazenam grandes quantidades de carbono responsável por mudanças climáticas.
O fundo, anunciado pelo Banco Mundial na quinta-feira (11/10), integrará as negociações da conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas, em Bali, em dezembro, que terá o objetivo de desenhar um acordo global sobre o tema, tendo em vista o vencimento do Protocolo de Kyoto em 2012.
"Muito vai depender de como será o acordo global, mas nós pensamos que potencialmente isso poderá captar muito dinheiro", disse Joelle Chassard, gerente da unidade de financiamento de carbono do Banco Mundial, em entrevista à Reuters.
Segundo Chassard, o novo mecanismo poderá incentivar a captação de recursos que seriam utilizados em projetos para a redução de gases do efeito estufa emitidos em queimadas para o desmatamento de florestas.
Diferentemente do Protocolo de Kyoto, que oferece créditos para o replantio de florestas de áreas desmatadas mas exclui ajuda a florestas intactas, o novo mecanismo poderia cobrir todas as áreas tropicais.
O fundo já atraiu interesse de dezenas de países em desenvolvimento, incluindo Indonésia, Brasil e diversos outros da África. O banco deve realizar os primeiros testes do mecanismo em até cinco países.
O desmatamento contribui com 20% do total das emissões de gases do efeito estufa, mais do que o volume emitido por carros, caminhões, trens e aviões de todo o mundo.
Ambientalistas dizem que proteger as florestas tropicais das queimadas é a maneira mais rápida e efetiva de reduzir o impacto das mudanças climáticas.
Criando um valor econômico para as florestas, o mecanismo poderá ajudar nações em desenvolvimento como Libéria, República Democrática do Congo e Suriname, entre outras, a gerar novas receitas para reduzir a pobreza, ao mesmo tempo em que colabora para a manutenção de recursos naturais.
O fundo inicialmente terá 300 milhões de dólares para financiar mecanismos de redução das emissões, além de outros projetos para dar ferramentas necessárias aos países no monitoramento de florestas.
O mercado de carbono global gerado a partir do Protocolo de Kyoto cresceu para cerca de 30 bilhões de dólares no ano passado, três vezes mais do que o montante registrado em 2005.
(Ambiente Brasil, com informações do JB Online, 13/10/2007)