O tratamento dado pela mídia brasileira impressa às questões ambientais e o financiamentos às publicações segmentadas centraram os debates de ontem do 2º Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental, no Salão de Atos da Ufrgs, em Porto Alegre. O evento reúne mais de 400 profissionais ligados ao jornalismo ambiental no Brasil e na América Latina. Os debates, com foco na reversão da degradação ambiental, atraem acadêmicos de todo o país.
O jornalista Eduardo Geraque, do Caderno de Ciências da Folha de São Paulo, fez uma comparação entre a mídia paulista e a da Cidade do México. Segundo ele, naquele país as discussões que envolvem o meio ambiente estão mais presentes. 'Em período eleitoral, questionam-se as políticas ambientais que serão adotadas pelos candidatos. Já nos jornais brasileiros, não existe alguém pensando a questão ambiental', apontou Geraque.
O escritor e editor do Jornal Meio Ambiente, Vilmar Berna, abordou a atuação e sustentabilidade dos veículos ambientais. 'Infelizmente, se no final do mês não houver dinheiro para pagar a gráfica, não existirá comunicação', afirmou. O editor da Revista Eletrônica Envolverde, Adalberto Marcondes, disse que é preciso haver critérios para escolher conteúdos e saber identificar onde a informação ainda está viva. 'As mídias ambientais vivem num processo de esquizofrênia', avaliou. O evento, que se encerra na noite de hoje, teve palestras, oficinas e exposições.
(Correio do Povo, 12/10/2007)