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desmatamento da amazônia
2007-10-11
"Para proteger o meio ambiente os estados devem aplicar de modo mais amplo os princípios da prevenção, a falta de uma considerável certeza científica não deverá ser usada como motivo para adiar a adoção de medidas para evitar a degradação ambiental em decorrência dos seus custos."

"Até o final do século(XX) as emissões serão reduzidas ao nível de 1990. Os estados se comprometem a elaborar, atualizar e publicar inventários sobre as emissões de gases estufa, formular programas nacionais e regionais para controlar e diminuir os seus efeitos sobre as mudanças climáticas e promover processos de gerenciamento sustentável de elementos da natureza que contribuem para remover ou fixar esses gases, em especial as biomassas, as florestas e os oceanos..."

A primeira citação faz parte dos princípios aprovados por 178 países na Eco-92, no Rio de Janeiro. A segunda é conseqüência, quando aprovaram os objetivos para deter a mudança climática, em outra convenção mundial realizada em 1994.

O Protocolo de Kyoto foi aprovado em 1997, e entrou em vigor em 2005, quando atingiu o mínimo de 55% das emissões mundiais, liberadas pelos 34 países signatários. Deve reduzir 5% das emissões até 2008, ou seja, no próximo ano. E o protocolo termina em 2012. A previsão das emissões de gás carbônico para 2010 passa dos 100 bilhões de toneladas. Os Estados Unidos, que não assinaram o documento, consomem 43% da gasolina no mundo, para deslocamento de 5% da população. É responsável por 25% das emissões – embora a China tenha ultrapassado esse índice no ano passado. De 1990 até 2000, os norte-americanos aumentaram l8% as suas emissões, ou seja, 235 milhões de toneladas. A média per capita de gás estufa liberada é a maior do mundo – 5 toneladas por habitante.

Nada de Definições
Muito bem. No final de setembro, o presidente George Bush Jr. Reuniu 15 representes dos países que mais poluem num encontro em Washington, tendo como tema principal o aquecimento global. Disse que precisamos fazer alguma coisa, mas nada de definir metas, nem números. É preciso criar um fundo global. Em 1992, na cúpula do Rio, os países ricos se comprometeram a investir 0,7% do PIB no desenvolvimento sustentável do planeta. Era algo como US$ 605 bilhões de dólares anuais. Nunca cumpriram.

Governantes sofrem de amnésia. O planeta não. Os gases se acumulam, as respostas são reais e rápidas. Os efeitos do clima são cumulativos. Os oceanos levam milhares de anos concentrando calor, energia. Que vai ser distribuída de alguma forma, pelas correntes marítimas, pelos ventos alíseos, pela produção de nuvens, ou pela falta delas. Da primeira convenção mundial em Estocolmo (Suécia) sobre os problemas ambientais passaram 35 anos. De lá para cá foram assinados milhares de acordos, tratados, princípios, o principal deles a agenda-21, um calhamaço de 800 páginas, 40 tópicos, que põem uma nova visão do mundo. Mesmo assim o assunto continua sendo discutido, e muitos porta-vozes ainda se perguntam se existe ou não a participação nossa no aquecimento global. Será que a atividade da maior população de mamíferos do planeta (6,5 bilhões) tem alguma coisa a ver com a mudança climática e a degradação do planeta?

Um cego, um surdo e um mudo, em Cuiabá, no dia 2 de outubro, quando a temperatura chegou a 41 graus e a fumaça tomou conta da cidade, diriam que já passamos de qualquer limite possível.

Volta a amnésia
Chega de discursos e de convenções. Se quiserem fazer turismo no Rio de Janeiro e comemorar os 20 anos da Rio-92, assumam logo. Mas, antes, consultem os místicos, porque em 2012 existe a previsão de uma grande catástrofe no planeta. É um ano chave. Não precisa ser místico para pensar no assunto. Alguns cientistas já detectaram um desequilíbrio energético, entre a energia absorvida pelo planeta e o que é rebatido ao espaço. O desequilíbrio é 1 watt por metro quadrado. Se o desequilíbrio acumular por 12 anos, quer dizer, 12 watts/m2, é a quantidade de energia suficiente para romper blocos de gelo nos pólos.

A contagem começou em 2000, na virada do milênio, portanto, 2012 poderá nos trazer notícias nada agradáveis. Os governantes no mundo continuam praticando a mesma política de sempre: reconhecem o problema, e dizem que é preciso fazer alguma coisa, proteger o ambiente, os ecossistemas, a biodiversidade, porém, na hora de decidir criam uma comissão, ou um fundo. E falam do crescimento econômico que não pode parar. Em 1992, o quarto princípio da assembléia da ONU, aprovada pelos 178 países presentes, dizia o seguinte: "Para alcançar o desenvolvimento sustentável a proteção ao meio ambiente deverá se constituir em parte integrante do processo de desenvolvimento e não deve ser considerada de forma isolada".

O fundamento para garantir o futuro das próximas gerações, base do conceito de desenvolvimento sustentável, só vale na teoria. Se formos contabilizar as percentagens de destruição de espécies nos 15 anos posteriores a Eco-92, isso já seria um escárnio. Além disso, em 2002, foi realizada a Rio+10, em Joanesburgo, na África do Sul. Acho que nem 10% dos dirigentes mundiais participaram da cúpula. Os resultados foram insignificantes. Aí volta a amnésia, e eles propõem novamente uma convenção, um fundo.

(Por Najar Tubino*, EcoAgência, 09/10/2007)
*Najar Tubino é jornalista, autor da palestra "Uma visão Holística e atual sobre a integração do planeta", que trata das mudanças climáticas, aquecimento global, extinção de espécies, o funcionamento dos sistemas que compõem e movimentam a vida na Terra, com data-show, ilustrada com imagens de satélite da Nasa. Pode ser agendada pelo telefone: (51) 96720363 - E-mail:
najartubino@yahoo.com.br

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