O Brasil será um candidato "forte e natural" para sediar, em 2012, a conferência de avaliação dos resultados da Cúpula Mundial de Meio Ambiente de 1992, a Rio + 20, disse nesta quarta-feira (10/10) o embaixador designado para representar o país em Montreal, ministro de primeira classe Raymundo Santos Rocha Magno. A mensagem presidencial que contém a sua indicação para o posto recebeu parecer favorável da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), juntamente com as indicações dos novos embaixadores em Caracas e Atenas.
Em sua exposição aos integrantes da comissão, Magno ressaltou a oferta do Rio de Janeiro como sede do evento feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante recente reunião do G-8 - grupo de países mais industrializados do planeta - e na última Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
- O Brasil exerce e exercerá um papel muito importante na área de meio ambiente - afirmou Magno, cuja indicação teve como relator ad hoc o senador Cristovam Buarque (PDT-DF).
Criada neste ano, a delegação brasileira em Montreal, no Canadá, é responsável pelo acompanhamento da implementação da Convenção sobre Diversidade Biológica, cujo secretariado fica na cidade, e do Protocolo de Montreal, que estabelece medidas para a proteção da camada de ozônio. Ele será também delegado permanente junto à Organização de Aviação Civil Internacional (OACI), igualmente localizada em Montreal.
O embaixador informou que o Brasil foi recentemente eleito para ocupar a terceira vice-presidência da OACI e exerce papel de liderança latino-americana no setor. Ele ressaltou ainda que o governo brasileiro adota uma postura favorável à preservação da biodiversidade no planeta, mas vincula essa postura à repartição dos benefícios econômicos obtidos a partir da utilização de recursos genéticos entre as empresas que usem os recursos e os países onde esses recursos são localizados.
Venezuela
Também recebeu parecer favorável da CRE a mensagem presidencial de indicação do ministro de primeira classe Antonio José Ferreira Simões para ocupar o cargo de embaixador do Brasil junto à Venezuela. O relator da mensagem foi o senador Francisco Dornelles (PP-RJ).
Simões ressaltou a complementaridade das economias do Brasil e da Venezuela. Enquanto o Brasil tem uma grande potencialidade industrial e agrícola, comparou, a Venezuela é uma grande potência energética. Segundo o embaixador, as atuais reservas certificadas de petróleo venezuelanas, de 80 bilhões de barris, são as sextas do mundo. Caso venham a ser certificadas reservas de óleo extra-pesado na bacia do Orenoco, observou, a Venezuela passará a ter as maiores reservas do mundo, ultrapassando a Arábia Saudita.
- A energia da Venezuela poderá vir a ser muito importante para o Brasil - afirmou Simões.
De janeiro a julho de 2007, segundo informações encaminhadas pelo Ministério das Relações Exteriores, o Brasil teve um superávit de US$ 2,2 bilhões com a Venezuela - com exportações de US$ 2,4 bilhões e importações de US$ 215 milhões. O superávit está ligado, segundo o embaixador, à determinação do presidente venezuelano Hugo Chávez de reduzir a dependência de seu país em relação aos Estados Unidos.
A comissão também aprovou parecer favorável à indicação do ministro de primeira classe Affonso Emilio de Alencastro Massot para o cargo de embaixador brasileiro na Grécia. A indicação teve como relator ad hoc o senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC). Massot disse que pretende "sacudir" as tradicionais relações com a Grécia, com ênfase para as áreas de comércio, serviços e cultura.
(Por Marcos Magalhães, Agência Senado, 10/10/2007)