O presidente da Alcoa na América Latina, Franklin Feder, minimizou nesta quarta-feira (10/10) a disputa pela área no município de Juruti, no oeste do Pará, onde a multinacional instala projeto para a extração de bauxita (matéria-prima do alumínio).
A família Valle Miranda e Abreu, a União, o governo do Pará e a própria Alcoa alegam serem donos das terras, com reservas de bauxita estimadas em 700 milhões de toneladas. Ações sobre a posse da área correm na Justiça de Belém, Manaus e Brasília.
Segundo Feder, esse tipo de conflito é comum no Pará e não ameaça os investimentos de US$ 5 bilhões no Brasil nos próximos três anos. "É uma questão fundiária absolutamente tradicional no Norte do país, principalmente no Pará. Não é uma questão nova e nem especificamente ligada à Alcoa. Todos os grandes empreendimentos, médios ou pequenos, enfrentam a questão fundiária", disse.
O projeto da Alcoa, já em fase de implantação, está orçado em R$ 1,8 bilhão. O início da exploração do minério está prevista para 2008, com produção anual de 2,6 milhões de toneladas.
Feder, que acompanhou a audiência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao presidente mundial da Alcoa, Alain Belda, disse que o grupo não tratou do assunto durante a reunião no Palácio do Planalto. Ele preferiu falar sobre a demanda mundial por alumínio, puxada pelos mercados chinês, indiano e brasileiro.
"Você tem 250 milhões, 300 milhões de chineses que estão saindo do campo para a cidade. Ao se urbanizarem, eles terão necessidade de investir em infra-estrutura que consomem grandes quantidades de alumínio", disse, acrescentando que os altos preços do cobre e do zinco têm aberto espaço adicional para o alumínio.
(Por Carolina Pimentel,
Agência Brasil, 10/0/2007)