É cada vez maior a movimentação de máquinas e de operários na mina de carvão de Candiota, na região da Campanha. O início das obras de ampliação da maior usina termelétrica gaúcha a carvão - conhecida como Fase C - resultou no aumento de trabalho para a sua parceira, a estatal Companhia Rio-Grandense de Mineração (CRM). Fornecedora de todo o carvão que alimenta a usina e transforma calor em energia, a CRM coloca em prática um plano para dobrar a produção do mineral em três anos.
Investimentos de R$ 150 milhões - R$ 60 milhões na mina e R$ 90 milhões em uma planta de beneficiamento - vão garantir a quantidade necessária de carvão para abastecer a expansão da usina.
- Carvão de melhor qualidade e menos poluente será produzido na nova unidade de beneficiamento - explica o superintendente da mina, Aldo Meneguzzi.
A planta deve estar concluída até 2010, e pode diminuir os impactos ambientais da queima do carvão, pois haverá redução da quantidade de cinza emitida no processo. Da capacidade atual de 2,8 milhões de toneladas produzidas anualmente, a estatal pretende chegar a 5 milhões de toneladas em três anos. A área de exploração da mina também deve aumentar dos atuais 20 hectares para 40 hectares.
- Estamos investindo em equipamentos para atender às necessidades da Fase C - explica Meneguzzi, que já prevê o aumento no número de trabalhadores em até 50% para suprir a demanda de mão-de-obra. O investimento de R$ 1 bilhão deve partir da Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE), proprietária da mina, com a chinesa Citic.
- Com a nova fase, ofereceremos energia para atender pelo menos 900 mil consumidores - diz o engenheiro da CGTEE, Hermes Ceratti Marques.
A usina de Candiota produz energia suficiente para atender a 840 mil consumidores, número que deverá dobrar com a conclusão do projeto.
Prefeito de Candiota, Marcelo Menezes Gregório (PMDB), é um dos mais entusiasmados com o andamento das obras. A vinda de pessoas de outras cidades para trabalhar no local já provoca falta de casas para alugar na cidade de 10 mil habitantes, e o pequeno comércio floresce nas áreas próximas aos empreendimentos.
- Nos próximos 12 meses, devemos ter um aumento de 100% na arrecadação do ISS - comemora o prefeito, referindo-se ao recolhimento do Imposto sobre Serviços, que deve saltar de R$ 300 mil para R$ 600 mil no próximo ano.
(Por Leandro Belles, Zero Hora, 10/10/2007)