Diante das mudanças climáticas que diminuem as diferenças sensíveis entre as estações, estaria em risco a clássica divisão das coleções em "outono/inverno" e "primavera/verão". A preocupação é dos estilistas ingleses e italianos ouvidos pelo jornal britânico Daily Telegraph. "Precisamos perceber que todo o sistema está mudando", afirmou Beppe Modenese, presidente honorário da Câmara Nacional de Moda Italiana, "e aceitar que entre o verão e o inverno não há mais tanta diferença".

Em uma indústria que se baseia nas estações do ano, as conseqüências são imediatas. "Não podemos apresentar sempre as mesmas peças, as pessoas não estão prontas para comprar roupas dos mesmos tecidos e com o mesmo peso de uma estação para outra", acrescenta Modenese.

Na Grã-Bretanha, onde desde outubro faz insólitos 20°C, depois de um verão frio e chuvoso, o mundo da moda torce por uma frente fria. Segundo os analistas, o inverno é a estação financeiramente mais rentável para o setor, e as altas temperaturas desencorajam os consumidores a trocar o guarda-roupa. "O tempo quente se soma a uma tendência já de queda nas compras", acrescenta Richard Perks, analista de comércio varejista.

(ANSA, 09/10/2007)