Sapucaia do Sul - O Centro de Estudos Ambientais (CEA) de Sapucaia do Sul promoveu ontem, no Pesqueiro, um ato de reflexão sobre a mortandade de peixes do ano passado. No último domingo, completou-se um ano desde que os primeiros animais mortos foram avistados no Rio dos Sinos. Cerca de 150 pessoas, entre alunos de escolas da região, professores e representantes da Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Sapucaia, participaram do ato de ontem, que teve espaço para poesia, música e até uma passeata de conscientização no bairro Carioca.
“Estive no Pesqueiro no ano passado e vi todos aqueles peixes mortos, aquele cheiro ruim. Eu ficava pensando que nós bebemos essa água”, lembra o presidente do CEA, Odi Silva. “Isso me deixou muito preocupado. Eu continuo muito preocupado.” Durante o ato de reflexão, que contou com manifestações de professores das escolas municipais de ensino fundamental Otaviano Silveira, Hugo Gerdau e Primo Vacchi, de Sapucaia, e Alberto Pasqualini e Clodovino Soares, de Esteio, além da escola estadual Olaria Daudt, também de Sapucaia, as crianças mostraram cartazes e declamaram poesias sobre o Rio dos Sinos. “Fico feliz em ver tanta juventude engajada nas causas ambientais”, afirma a bióloga da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Caroline Duprates.
Alguns dos que participaram do ato conviveram de perto com a movimentação causada no Pesqueiro por conta da mortandade. O estudante da 8ª série da escola Olaria Daudt e morador dos arredores Elton Desiderio, de 19 anos, lembra que era possível sentir de casa o mau-cheiro dos peixes retidos no Pesqueiro.
“Já tinha visto peixes morrerem outras vezes, mas daquela vez foi demais”, afirma o estudante. Ele lembra ainda que, meses depois da mortandade, quando chegou o verão, a localidade ficou infestada por mosquitos. Além disso, Desideiro lembra que, mesmo com a poluição, jovens que moram perto do Pesqueiro não desistiram de banharem-se nas águas do Sinos nos dias mais quentes.
Após o evento no Pesqueiro, os participantes reuniram-se em uma passeata pelo bairro Carioca. Durante a manifestação, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente distribuiu mudas de árvores nativas à comunidade. Uma muda também foi plantada na margem do Rio dos Sinos. Para Odi Silva, as manifestações são necessárias para manter viva a luta pelo Sinos na região. “Fizemos a caminhada para mostrar à população que estamos preocupados com o rio”, explicou o presidente do CEA, durante o trajeto, acompanhado por um carro de som.
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Jornal VS, 09/10/2007)