O dinheiro arrecadado com a venda de todo o lixo inorgânico recolhido nas ruas de Cristal e nas estradas de localidades do interior do município é investido em assinaturas de revistas e jornais, bem como na compra de jogos educativos para a biblioteca da cidade. Eventuais reformas e pinturas no local também são feitas com o recurso.
Em 2001, quando a Biblioteca Pública Municipal deu início ao projeto, uma carrocinha da Secretaria de Obras passava pelas ruas atrás do caminhão do lixo para recolher o material inorgânico. A partir do momento que a comunidade mostrou-se participativa, a coleta começou a ser feita todas as terças e quintas-feiras por um veículo, especialmente para essa finalidade.
Os recursos oriundos da venda do lixo ainda possibilitam a realização de uma viagem no final de cada ano para os 18 sócios que mais contribuíram na entrega do material reciclável doméstico. “Entre os freqüentadores mais assíduos e leitores mais participantes são escolhidos e convidados a fazer uma viagem aqueles que, por meio de um cadastro de doações, entregaram o maior número de plásticos e latas”, explica a coordenadora da biblioteca, Simone Mendonça. Entre os roteiros estão museus e parques aquáticos.
Adesão também na zona ruralDiante do sucesso do projeto da coleta seletiva de lixo seco que já era realizado em área urbana, foi necessária a expansão para a zona rural também. “E a necessidade partiu dos próprios produtores que não sabiam mais o que fazer com o número cada vez maior de sacolas plásticas, garrafas pet, latas, entre outros materiais domésticos”, explicou a chefe do escritório municipal da Emater/RS-Ascar de Cristal, Maria Clara Picoli. O escritório aderiu ao programa na zona rural com o objetivo de evitar que o lixo continuasse a ser enterrado ou queimado como ocorria até então.
O número de 120 famílias que participavam no recolhimento do material reciclável no começo da adesão triplicou em mais de três anos. Atualmente são mais de 350 famílias que juntam o lixo seco e deixam na entrada de suas propriedades para que o caminhão da Secretaria de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente de Cristal faça o recolhimento em datas determinadas. “Com o programa nota-se que as propriedades ficaram mais organizadas e que a população rural passou a olhar para elas com mais gosto”, afirmou Maria Clara.
A coleta é feita uma vez por mês em cada uma das rotas de aproximadamente 35 quilômetros. Em dias de chuva, é transferida para o primeiro dia útil de sol subseqüente e quando o tempo apresenta apenas garoa, o recolhimento é feito da mesma forma, sem a necessidade de ser adiado.
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Diário Popular, 09/10/2007)