Um navio carregado com 4 mil toneladas de nafta, que partiu de Rio Grande, no Litoral Sul, com destino ao Pólo Petroquímico, em Triunfo, está encalhado no Guaíba desde as 8h35min de ontem. Com 109 metros de comprimento, a embarcação aguarda o transbordo de parte da carga. Ontem, o uso de rebocadores foi desaconselhado. Rochas no solo do Guaíba, na zona sul de Porto Alegre, poderiam rasgar o casco. Entre hoje e amanhã, parte da carga será removida para outro cargueiro.
De acordo com o capitão-de-corveta Leandro de Oliveira Pires, oficial de relações públicas da Capitania dos Portos em Porto Alegre, uma pane no motor tirou o navio de sua rota original. A partir das 10h de hoje, uma reunião envolvendo técnicos da Copesul, da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e militares deve definir os detalhes da operação.
Apesar do risco, não houve vazamento de cargaO mais provável é o transbordo de parte da carga (entre 400 e mil toneladas) para outro cargueiro. Mais leve, estimam os técnicos, seria possível iniciar a retirada com riscos reduzidos de acidente. É possível que a remoção da carga, porém, só ocorra amanhã.
- A operação de transbordo tem algum risco. Vamos ver quais as medidas preventivas que serão tomadas caso ocorra algum pequeno vazamento - diz Vilson Trava Dutra, engenheiro químico e integrante da equipe do Serviço de Emergência Ambiental da Fepam.
Em 25 anos como funcionário da Fepam, Dutra jamais havia presenciado situação semelhante no Guaíba.
- Já houve outros navios encalhados, mas não recordo nenhum com quantidade tão grande de carga tóxica - alerta o engenheiro.
Embora a presença do gigante metálico ofereça risco, ontem não era registrado vazamento da carga de nafta, derivado de petróleo usado como matéria prima no Pólo. Hoje, um técnico do Rio de Janeiro, especializado na certificação do bom funcionamento do casco, deverá vistoriar os equipamentos de bordo.
O encalhe não impediu a passagem de outros navios, mas o canal deverá ser interrompido em meio ao transbordo. O navio, que zarpou de Rio Grande às 12h de domingo, pertence ao armador Amibros, do Chipre, e tem tripulação russa e filipina. Um inquérito instaurado pela Capitania dos Portos vai investigar as causas do incidente.
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Zero Hora, 09/10/2007)