A organização ambiental Greenpeace convoca a população da Argentina para participar, nesta terça (09/10), às 12h, de uma mobilização até o Congresso Nacional para levar aos senadores as milhares de planilhas com um milhão de assinaturas de cidadãos que reclamam a sanção da Lei de Bosques, a qual permitirá deter os desmatamentos e preservar os últimos bosques nativos argentinos.
As atividades programadas pelos grupos locais do Greenpeace acontecerão nas cidades de Córdoba, com concentração na intersecção da rua 25 de mayo e Rivadavia, e em Rosário, onde o ponto de encontro será na esquina das ruas San Martín e Córdoba. O um milhão de assinaturas foram alcançados em menos de dois meses, durante uma campanha impulsionada pelo Greenpeace com o apoio de organizações sociais e ambientais de todo o país. "A campanha superou todas as expectativas previstas e conseguiu, até esta quinta, 4, a adesão de mais de um milhão de pessoas comprometidas com a situação de emergência florestal dos bosques nativos", expressou Hernan Giardini, coordenador da campanha de Bosques.
Em particular, a organização pediu à senadora e candidata à presidência da nação pela Frente para a Vitória, Cristina Kirchner, um compromisso público com o tratamento e sanção da lei, que conta com o apoio da Secretaria de Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Dados de tal Secretaria revelam que, entre 1998 e 2002, desapareceram 781.930 hectares de bosque do território argentino. Somente nos últimos quatro anos, os desmatamentos arrasaram 1.108.669 hectares, o que equivale a 280.000 hectares por ano, ou seja, 821 hectares de bosques por dia. A maior aceleração aos desmatamentos se registra na província de Salta, onde nos últimos quatro anos, o desmatamento alcançou os 414.934 hectares, 113,45% a mais que entre 1998 e 2002.
A Lei de Investimentos Mínimos de Proteção Ambiental dos Bosques Nativos pela qual reclamam os ambientalistas estabelece a moratória aos desmatamentos para que as províncias realizem um ordenamento territorial dos bosques nativos para planejar de maneira participativa seu uso sustentável e proíbe explicitamente a outorga de permissões de desmatamentos em zonas tradicionalmente habitadas. A norma estabelece também dez critérios ecológicos e categorias de conservação que apontam para planejar as atividades florestais, agrícolas e pecuárias evitando a fragmentação e degradação do bosque nativo.
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Adital, 08/10/2007)