O mito da vocação do Distrito Federal como região essencialmente político-administrativa está com os dias contados. Um dos principais motivos
é o foco do governo local nas energias alternativas. "É interesse total do GDF participar deste boom energético", garante o secretário-adjunto de
Desenvolvimento Econômico e Turismo do DF, Adriano Cassanello do Amaral.

Cassanello comenta que o governo do Distrito Federal está empenhado em atrair, em curto prazo, até três investimentos da ordem de US$ 1 bilhão, baseados na produção de etanol e biodiesel.

A meta, segundo Amaral, é que em cinco ou dez anos o Distrito Federal esteja consolidado como pólo de investimentos no setor. Esforços para isso não são
medidos. A própria Enerbio - eventos na área de bioenergias e biobombustíveis, a ser realizada de 9 a 11 de outubro, em Brasília – é encarada como ambiente oportuno à realização de negócios. "Um momento de encontrar pessoas e mostrar oportunidades dentro do pacote que temos", reitera.

Estímulos - O pacote de estímulos para que empresas elejam a capital do País como destino, vai desde incentivos em termos de áreas para instalação, até  tributários e creditícios. "Também há fontes de financiamentos com taxas vantajosas", acrescenta o secretário-adjunto, ao citar as oportunidades no âmbito do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO), cujo limite por projeto foi ampliado de R$ 40 milhões para R$ 100 milhões. Os juros ficam em torno de 5% ao ano, para empresas de menor porte, e de 8% para as maiores, "com tendência à queda", adianta.

Outro ponto é aproveitamento do chamado 'Entorno' nessa expansão. Em relação aos investimentos em etanol, por exemplo, não existem dentro dos limites do DF áreas suficientes para plantações de cana-de-açúcar, mas pode-se contar com a influência da região adjacente para projetos 'casados' e de seus mais de 1,5 milhão de pessoas. "A meta é inserir os agricultores e suas famílias nesse processo", cita.

A mudança de paradigmas também se apóia em um item considerado fundamental: o capital humano, quesito no qual, para o secretário-adjunto, o DF sai à frente de outras localidades. Ainda estão na relação de atrativos de Amaral para os investimentos a boa qualidade do trânsito, os índices de segurança de países desenvolvidos, a rede de saúde, os baixos indicadores de poluição.

Fórum - O interesse do governo de José Roberto Arruda é tão intenso que foi criado um fórum só para discussão de energias alternativas, envolvendo governo, acadêmicos, iniciativa privada, entre outros setores da sociedade. O Fórum de Energias Alternativas, lançado em setembro, é um dos 23 instituídos para tratar de assuntos estratégicos. "É uma nova forma de governar, democrática e inovadora. Recebemos a visita de oito delegações de governos estaduais e da Argentina e Espanha para entender a iniciativa", diz.

(Envolverde/Assessoria, 08/10/2007)