Uma das acusações é de que indígenas são obrigados a trabalhar na colheita de cana e soja no Centro-OesteRepresentantes da tribo Ianomami vão denunciar a situação vivida pelos indígenas no Brasil perante o Parlamento Britânico e querem se reunir com o primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, para pedir que Londres tome ações para ajudar a proteger seus direitos. Na próxima semana, Davi Kopenawa Ianomami e seu filho, Dario, farão um tour pela Europa para alertar sobre as condições de saúde e apelar por ações concretas.
A viagem dos líderes está sendo organizada pela entidade britânica Survival International e incluirá também uma visita à Alemanha. Perante os deputados britânicos, Davi fará parte do lançamento de um relatório sobre a situação da saúde dos povos indígenas na floresta amazônica.
Segundo os dados sobre as condições de saúde, não são apenas os Ianomami que sofrem no Brasil. Uma das acusações é de que muitos indígenas estão sendo obrigados a trabalhar na colheita de cana-de-açúcar e soja no Centro-Oeste. Mesmo assim, o que ganham não é suficiente para manter suas famílias.
Os membros do grupo indígena Guarani estão sofrendo de má-nutrição e a resposta do governo brasileiro não está sendo adequada. De acordo com a entidade, os problemas de saúde com os guaranis estão sendo notados tanto no Brasil como na Argentina.
Caso Brown não receba os líderes indígenas, os planos do grupo é de entregar uma carta ao primeiro ministro pedindo que o Reino Unido ratifique uma convenção da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que prevê a proteção de certos direitos das tribos.
ClimaCom a nova onda de campanhas na Europa pela situação das mudanças climáticas, a Amazônia volta a ganhar atenção da opinião pública. Deputados alemães e ingleses querem saber não apenas a situação dos indígenas, mas também o que está sendo feito da exploração de madeira.
Na ONU, um comitê está avaliando a situação das reservas indígenas no Brasil. Já no Parlamento Europeu, reuniões estão sendo promovidas para debater o uso da floresta e eventual desmatamento para a produção de cana-de-açúcar.
(Por Jamil Chade,
do Estadão, 08/10/2007)