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hidrelétricas do rio madeira
2007-10-09
A primeira usina do rio Madeira que será leiloada este ano só deve entrar em operação efetiva em 2013. Com isso, o abastecimento de 2012 terá que ser suprido pelos empreendimentos que serão oferecidos no próximo leilão de 16 de outubro, afirmou o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim.

"Vão entrar poucas máquinas em 2012, a usina é praticamente para 2013", disse Tolmasquim a jornalistas durante seminário de energia, referindo-se à usina de Santo Antonio, de 3.150 megawatts.

Com os sucessivos atrasos por conta de licenças ambientais para o projeto, além de alguns contratempos burocráticos, o leilão previsto para outubro deverá ocorrer no final de novembro, jogando o início das obras para setembro de 2008, por questões sazonais.

Tolmasquim disse esperar que o Tribunal de Contas da União (TCU) aprove o edital do leilão na próxima quarta-feira e, em seguida, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) convoque reunião extraordinária para definir a data da venda. O edital deverá ser publicado um mês após a aprovação do TCU, informou Tolmasquim.

O executivo afirmou que mesmo sem a nova usina o mercado brasileiro de energia não correrá risco de desabastecimento, já que no dia 16 de outubro a Aneel realiza leilão de empreendimentos já em andamento ou operação com oferta de energia para daqui a cinco anos (A-5).

"Ainda não teremos hiderelétrica novas, infelizmente, mas não haverá problema de abastecimento", garantiu Tolmasquim.

Segundo ele, participarão do leilão os chamados projetos "botox", que apesar de em andamento ou em operação não venderam toda a energia instalada. Entre os projetos estarão as hidrelétricas de Serra do Facão (GO), Estreito (TO/MA), Foz do Chapecó (RS/SC), "e bastante térmicas a carvão, a óleo e a gás". Entre eles, Araucária (PR), Santa Cruz (RJ) e parte da Termorio (RJ).

"Hoje não me preocupo tanto com o suprimento de energia, mas sim tornar a matriz brasileira hídrica, que é uma questão que o Brasil tem uma vocação e tem que voltar a ter", afirmou.

Tolmasquim descartou também qualquer risco de abastecimento de energia elétrica no país atualmente por falta de oferta.

Ele explicou que nos últimos meses, devido à falta de chuvas, as térmicas tem sido mais despachadas -o que provou consumo recorde de gás natural em agosto-, mas que faz parte do modelo energético atual utilizar térmicas.

"Em termos de reservatório estamos numa situação bastante confortável, mas faz parte do modelo despachar mais térmicas quando tem pouca chuva, é normal", esclareceu.

O preço da energia no entanto é maior do que a gerada pelas hidrelétricas, o que levou ao aumento das contas de luz nos últimos dois meses.

"Todos nós, consumidores, estamos pagando as térmicas para justamente no período mais seco poder usá-las, para ter uma garantia de ter um nível de reservatórios melhor possível...quando chover, o preço da energia cai", afirmou.

(Por Denise Luna, Reuters, 08/10/2007)


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