Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação alertou nesta segunda-feira (08/10) a comunidade internacional sobre o aumento de doenças tropicais na Europa, nos Estados Unidos e na Austrália, e solicitou medidas eficazes para deter esse problema. "A recente chegada do vírus da língua azul ao Reino Unido indica que as doenças animais tropicais estão ganhando terreno no mundo e que os países precisam investir mais em medidas de prevenção e controle", advertiu em um comunicado a entidade internacional.
"Não existe país que possa se considerar a salvo das doenças animais", assegurou o chefe do setor veterinário da FAO, Joseph Doménech. "As enfermidades animais, que antes se encontravam confinadas aos países tropicais, estão agora atingindo zonas temperadas, incluindo Europa, Estados Unidos e a Austrália", afirmou o especialista.
Para a FAO, a globalização, o transporte de pessoas e mercadorias, o turismo, a urbanização e as mudanças climáticas estão favorecendo para a propagação dos vírus pelo planeta. "O aumento da mobilidade dos vírus e de seus portadores supõe uma nova ameaça aos países", denunciou o organismo. A FAO pede que os vírus sejam detidos o mais rápido possível e que se tomem medidas de controle e prevenção mais eficazes.
"Para se conseguir isso, necessita-se de um forte apoio político e de fundos para a saúde animal, além de serviços veterinários adequados; muitos países não estão preparados para enfrentar esse novo problema", afirma Doménech. Segundo a FAO, "crescem os exemplos de agentes portadores de doenças humanas e animais que antes se encontravam principalmente em regiões tropicais e que agora se propagam em nível internacional".
Os mosquitos que transmitem as principais patologias que afetam os humanos, como a febre amarela e a dengue, têm chegado aos países europeus e podem se converter em um grave problema de saúde pública. O vírus do Nilo, por exemplo, que é transmitido por mosquitos e carregado por pássaros, já chegou aos climas temperados. Da mesma maneira, a peste suína africana já alcançou recentemente a Armênia e já é considerada uma ameaça aos países vizinhos, explicou a FAO.
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Yahoo Brasil, 09/10/2007)