A Secretaria de Meio Ambiente do Estado divulgou relatório da fiscalização em propriedades da Região Sul do Estado onde consta que cerca de 16 mil hectares foram queimados, totalizando R$ 22 milhões em multas. De acordo com o diretor regional do órgão em Rondonópolis, Salvino Ferreira, dos 10 mil hectares de terra da aldeia Tadarimana, aproximadamente, 7 mil foram queimados, ou seja, 80% da área da reserva indígena.
Para Ferreira, “é preciso conscientizar as pessoas para que nos próximos anos não aconteça o mesmo”. Ele informou que há uma equipe com quatro fiscais da Sema vistoriando a região do Pantanal por conta das queimadas e da pesca predatória. Na última quarta-feira fiscais do órgão estiveram em Poxoréo.
Sobre os relatórios dessas vistorias, ele disse que nos próximos dias terá os autos de infração. Dentre o balanço apresentado foram oito os autos de infrações registrados até ontem. A maioria dos casos foi cometida na região de Paranatinga, Rondonópolis e Alto Garças.
Os dados da Sema mostram ainda que a onda de fumaça que cobre a cidade é proveniente dos focos de queimadas em propriedades rurais da região, inclusive, das áreas indígenas. Além de focos registrados em Municípios próximos que se prolifera e acentua na cidade. No entanto, para o diretor regional, no Município há controle em relação às queimadas.
As queimadas estão proibidas por tempo indeterminado em Mato Grosso. Em entrevista concedida ontem, o secretário-adjunto da Sema, Batilde Abdala, disse que o órgão está adotando todas as medidas necessárias para a nova portaria proibindo licenciamento de queimadas por tempo indeterminado, conforme ficou acordado com o Ministério Público Estadual, na Promotoria de Meio Ambiente. Além disso, conforme Batilde Abdala, a Superintendência da Defesa Civil já redigiu a minuta da criação e atribuições da câmara técnica ambiental, para onde todos os processos com pedidos para queimas autorização terão de ser encaminhados.
A Câmara deverá ser composta por representantes da Sema, UFMT, Unemat, Ibama, Inpe e outros órgãos e instituições que ainda estão sendo definidos. As liberações serão por região e em caráter excepcional, levando em conta a umidade relativa do ar, temperatura e outras condições climáticas e ambientais, explicou a promotora Ana Luíza Pertelini, que coordenou a audiência com entre os representantes da Sema e o MPE.
Outra providência da Sema, no que diz respeito à melhoria da infra-estrutura e pessoal do monitoramento de queimadas e emissão de multas recomendada pelo MPE, foi a designação de mais dois técnicos para a Coordenadoria de Geoprocessamento (Cogeo). Ambos vão trabalhar exclusivamente na definição do perímetro dos focos na tentativa de agilizar a emissão das multas.
(Por Thiago Itacaramby,
24 Horas News, 05/10/2007)