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aterros sanitários
2007-10-08
Entidades se unem e lançam campanha contra implantação de novos lixões

Para se contrapor às tentativas das empresas concessionárias de lixo em reabrir e ampliar os lixões Bandeirantes e São João, interditados por contaminação, ambientalistas e lideranças de movimentos populares e sindicais lançam, na próxima segunda-feira (08/10), a partir das 11h, a campanha “Mais Vida, Menos Lixo”.

Na mesma ocasião, será feito um ato para pressionar as autoridades da Prefeitura, Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) e do Ministério Público a não permitir a ampliação ou instalação de novos aterros sanitários. Para Leonardo Aguiar Morelli, secretário da Defensoria da Água e do Instituto para Defesa da Vida, vinculado à Campanha da Fraternidade da CNBB, é incabível ampliar ou instalar novos aterros sanitários antes que sejam estabelecidas políticas públicas para a questão do lixo que privilegie a coleta seletiva, reciclagem e educação ambiental para a redução dos resíduos sólidos domésticos.

Após o lançamento da campanha, uma comissão ampliada de moradores e lideres da campanha, com aproximadamente 100 pessoas, entregará um manifesto público, em audiência com o prefeito Gilberto Kassab, acompanhados pelo presidente da Subcomissão do Congresso Nacional que investiga os acidentes e passivos ambientais no país, deputado Federal Robson Rodovalho (DF), que pertence ao mesmo partido do prefeito. “Não se trata de uma manifestação de protesto, mas de um alerta para que o prefeito neutralize a pressão das empresas de lixo, evitando que esse tema contamine o clima político em um período pré-eleitoral” explica Morelli.

Desde o fechamento do aterro Bandeirantes, em março deste ano, e do São João após um acidente terrível em agosto, o lixo da cidade está sendo destinado para dois aterros licenciados em Caieiras e Guarulhos. “A Cetesb diz que esses aterros têm capacidade para receber resíduos por mais 20 anos, mas as concessionárias que estão arcando querem ter aterros próprios para não dividirem seus altos lucros” diz.

Para os ambientalistas engajados na campanha, não se trata de uma situação de emergência para justificar a liberação de novos aterros a toque de caixa. Essas ações visam impedir uma audiência pública no dia 9 de outubro, quando uma das concessionárias, a Ecourbis, planeja discutir a proposta de ampliação do aterro São João. “Isso é uma temeridade, já que pretendem desmatar uma imensa área verde de Mata Atlântica com valor arqueológico”, completa.

São Paulo produz diariamente cerca de 13 mil toneladas de lixo e apenas 1% vem sendo reciclada. A coleta seletiva não funciona e não se pode destruir mais áreas verdes para se enterrar lixo, sem antes a população ter como controlar os efeitos danosos da presença dos lixões que incomodam há décadas populações carentes de Perus e São Mateus, onde estão os aterros interditados.

Programação

Dia 8 de outubro 11 horas – Ato de Lançamento da Campanha “Mais vida, menos lixo” na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Editoras de Livros (Rua Dr. Pinto Ferraz, 120 – Vila Mariana – (0xx11) 5572.5725);

15 horas – Audiência com o Prefeito Gilberto Kassab em seu gabinete e entrega do manifesto que pede a suspensão da ampliação ou construção de novos lixões em São Paulo, até que sejam definidas políticas públicas para o lixo na maior capital do país;

17 horas – Caminhada de moradores e lideranças sindicais e populares do Gabinete do Prefeito de São Paulo à sede do Ministério Público do Estado de São Paulo; Local - Do Viaduto do Chá à rua Riachuelo. 20 horas – Primeira Reunião Ordinária do Comitê da Campanha “Mais vida, menos lixo” na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Editoras de Livros.

(Envolverde/Assessoria, 08/10/2007)


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