O governo federal vai liberar mais R$ 24 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para o município de Nilópolis, na Baixada Fluminense. Os recursos serão destinados ao sistema de abastecimento de água e no tratamento dos esgotos da cidade, que atualmente são lançados de forma bruta no Rio Sarapuí, trazendo riscos à população ribeirinha e contribuindo para a poluição da Baía de Guanabara.
O contrato para o repasse dos recursos foi assinado na sexta-feira (05/10) pelo ministro das Cidades, Márcio Fortes. Segundo o ministro, as obras são reivindicações antigas da comunidade e, além de beneficiar diretamente a população, contribuem para enfrentar os problemas ambientais da região. A estimativa do ministério é de que as obras estejam concluídas em 18 meses.
“Está dentro do nosso propósito do PAC tratar das questões de saúde e das questões ambientais. De saúde porque investir em saneamento, água e esgoto, é investir em saúde. E a melhoria ambiental porque nós temos que preservar nossos mananciais, a nossa Baía de Guanabara e os rios que passam pela Baixada Fluminense”, afirmou Fortes.
Segundo o secretário de obras de Nilópolis, Sérgio Sessin, os recursos do PAC, que incluem uma contrapartida de cerca de R$ 4 milhões do município, serão utilizados para construir uma rede coletora e uma estação de tratamento de esgotos por onde vão passar os resíduos sanitários produzidos por 96 mil moradores de dez bairros da cidade. Segundo o secretário, com as obras, Nilópolis deixará de lançar 14,4 mil metros cúbicos de esgoto sanitário por dia nas águas do Sarapuí, o equivalente à carga líquida transportada por 14 caminhões.
De acordo com a recepcionista Ângela Ferreira, que mora no bairro Nova Cidade, localizado próximo ao Rio Sarapuí, apesar de não haver esgoto a céu aberto, já que ele é levado das casas diretamente ao rio, a população sofre com o mau cheiro e também com os riscos de contaminação já que, quando chove muito, as águas transbordam e alagam ruas de pelo menos dois bairros das redondezas. “O pessoal vive com uma certa dificuldade porque tem muito mau cheiro, muita criança perto. Quando chove alaga e espalha tudo pela rua”, reclamou a moradora.
Além do sistema para o tratamento de esgoto, será construído um reservatório de água para melhorar o abastecimento em quatro bairros da cidade onde vivem cerca de 60 mil pessoas que sofrem com interrupções no serviço.
Segundo Graciele de Andrade, 25 anos, moradora do bairro de Olinda, um dos que será beneficiados com as obras, as interrupções são freqüentes e a comunidade passa até quatro dias sem água encanada. “A população é avisada e procura remediar, tem muitas pessoas que tem poço, bombas de sucção”, contou ela.
Este é o segundo lote de recursos do PAC para o município de Nilópolis. De acordo com a Caixa Econômica Federal, responsável pelo repasse de verbas, outros R$ 32 milhões do programa já foram destinados ao município via projetos do governo do estado que envolvem a Companhia de Águas e Esgotos do Estado do Rio de Janeiro.
(Por Adriana Brendler, Agência Brasil, 05/10/2007)