Nove organizações não-governamentais (ONGs) buscam apoio e envolvimento dos governos estaduais e municipais para reduzir o desmatamento florestal, até atingir a conservação total da floresta amazônica. A iniciativa acontece por meio do Pacto Nacional pela Valorização da Floresta e pelo Fim do Desmatamento na Amazônia, lançado essa semana na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados.
Para se conseguir esse objetivo, a proposta se baseia em três eixos: valorizar economicamente as florestas, recuperar áreas desmatadas e controlar o desmatamento ilegal. A idéia é utilizar recursos públicos, recursos externos provenientes do mercado de carbono e de empresas nacionais e investidores.
A coordenadora do Instituto Socioambiental (ISA), uma das ONGs que participaram do Pacto, Adriana Ramos, explica que a idéia é trazer para esse processo atores sociais que não estão diretamente comprometidos com a redução do desmatamento.
“Hoje nós temos uma ação muito grande do governo federal por meio do Plano de Prevenção e Combate ao Desmatamento na Amazônia, mas não temos, por exemplo, um envolvimento mais sério e um comprometimento tão grande dos estados, dos governos estaduais ou municipais. Da mesma forma temos uma participação grande das populações extrativistas e indígenas na conservação, mas por outro lado não temos o comprometimento dos produtores rurais em contribuir também com a conservação”, explica.
De acordo com Instituto Socioambiental, o processo de conscientização da opinião pública deve ser trabalhado no âmbito de atuação das próprias entidades ambientalistas e movimentos sociais, com participação da própria imprensa. Segundo o ISA, a idéia é ampliar o processo de conscientização pública, mobilizar a sociedade brasileira para que as pessoas que vivem, por exemplo, em São Paulo, passem a reconhecer a importância da valorização da floresta e sejam mais criteriosas ao consumir produtos que venham das áreas florestais. Dessa forma, defende a organização, estarão contribuindo para diminuir o desperdício de matéria prima e de recursos naturais.
(Por Camila Vassalo, Agência Brasil, 06/10/2007)