O encontro marcado para a próxima quarta-feira (10/10), às 15h, na sede da Companhia Nacional de Abastecimento em Brasília, reunirá o presidente da Conab, Wagner Gonçalves Rossi, representantes da Associação de Criadores de Suínos do RS (ACSURS) e da Associação Gaúcha de Avicultura (ASGAV). A audiência solicitada pelo deputado estadual Jerônimo Goergen (PP), tem objetivo de tratar a falta de milho no Estado em função das alterações do Programa Vendas em Balcão, da Conab, adotadas este ano. Objetivo do programa é de comercializar o produto para pequenos criadores rurais e de agroindústrias de pequeno porte na alimentação de animais.
O estoque de milho nas cidades de Erechim, Palmeira das Missões, Estrela, Garibaldi e Lagoa Vermelha deverá terminar até o mês de novembro, segundo a superintendência da Conab no RS. Até o início deste semestre, a Companhia contava com uma estocagem de 34 mil toneladas. Hoje são menos de 30 mil Kg de milho para os agricultores. A principal mudança no Programa passa pelo limite de aquisição do produto por produtor, que passou de 10 mil toneladas para 27 mil, dificultando a reposição do milho junto aos depósitos.
Para o Secretário Executivo da Asgav, a audiência será importante para discutir a falta de milho devido ao aumento do consumo. Eduardo Santos alerta a preocupação do setor que consome por ano 3 milhões kg do produto e com isso depende da importação de outros estados para a alimentação dos animais. “Ficamos dependentes do mercado até em função do crescimento do biodiesel. Sabemos que o preço alto não será para sempre, mas acreditamos que deveria haver uma readequação na política do governo federal para criar mais competitividade a agroindústria, além de leilões e estudos técnicos”, ressalta Eduardo.
O deputado estadual Jerônimo Goergen (PP), que nos últimos dias manteve contato com superintendente Carlos Manoel Farias, encaminhou o pedido de audiência a Companhia Nacional de Abastecimento na sexta-feira (05/10). Segundo o coordenador da Frenteagro da Assembléia Legislativa, o objetivo é de cobrar medidas eficazes para solucionar o impasse. “É evidente que o problema vai se agravar até o final do ano se o governo federal não mudar sua posição perante a venda do milho. Milhares de famílias dependem do produto para alimentação de aves e suínos. A situação está complicada principalmente em Erechim e Palmeira das Missões,” afirma Jerônimo.
(Por Daniel Germano, Agência de Notícias AL-RS, 05/10/2007)