(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
hidrelétrica barra grande impactos de hidrelétricas
2007-10-08
O estudo de Impacto Ambiental da Usina Hidrelétrica de Barra Grande no ano de 2004 escondeu a existência de uma das últimas áreas primárias de araucárias do Brasil, na região sul do País. Com a barragem praticamente pronta, a verdade veio à tona. Essas e outras fraudes que são cometidas visando apenas o sucesso deste tipo de empreendimento e causam verdadeiros crimes ambientais. A solução para deter tantos problemas, infelizmente, ainda ninguém encontrou.

Isto porque o consumo de energia elétrica cresce vertiginosamente. O progresso das grandes metrópoles que estendem seus horários para que o consumo se dê durante o dia e a noite, aliado ao crescimento das cidades do interior, sem contar com o aumento da escala industrial, prova que não se pode viver sem energia. Essa demanda tem se tornado pauta para diversas discussões, quando o assunto é desenvolvimento urbano. A Unicamp junto ao Ceset, a Faculdade de Energia Elétrica e Computação (Feec) e o Instituto de Geociências (IG), promoveram na última semana o Fórum Permanente de Energia e Saneamento “Energia Hidrelétrica e Impactos Ambientais”. O objetivo do encontro, segundo o reitor da Unicamp, José Tadeu Jorge, foi proporcionar uma oportunidade para se obter informações e discutir, com profissionais de atuação distinta nas áreas envolvidas, a geração e distribuição de energia elétrica e sua interação com o meio ambiente.

Entre os palestrantes, estiveram presentes o coordenador de Energia da Secretaria Estadual de Saneamento e Energia, Jean Casari Negri, que levou aos participantes temas técnicos sobre o planejamento e demanda energética. Além dele, proferiram as palestras, o professor da Feec/Unicamp Sérgio Bajay, e o geólogoTarcísio Borin da CPFL. O evento foi organizado pela Coordenadoria de Relações Institucionais e Internacionais.

Alternativas

O consumo crescente e o impacto ambiental e social causados pelas fontes de energias tradicionais levam governo e sociedade a pensar em novas alternativas para a geração de energia elétrica. Segundo dados do Balanço Energético Nacional, mais de 40% da matriz energética do Brasil são renováveis, enquanto a média mundial não passa de 14%. No entanto, 90% da energia elétrica do país são geradas em grandes usinas hidrelétricas, o que provoca prejuízos ambientais como alagamentos e perda da biodiversidade local, como destruição da fauna e flora. E os problemas sociais não são menores, pois, há a remoção de vilarejos inteiros. Quase um milhão de pessoas no País já foram expulsas de suas terras. Diante deste cenário, as fontes alternativas de energia como eólica e de biomassa são vistas com positivismo. A energia eólica tem sido aproveitada desde a antigüidade para mover os barcos impulsionados por velas ou para fazer funcionar a engrenagem de moinhos, ao mover suas pás. Nos moinhos de vento a energia eólica era transformada em energia mecânica, utilizada na moagem de grãos ou para bombear água. Os moinhos foram usados para fabricação de farinhas e ainda para drenagem de canais. Hoje se utiliza a energia eólica para mover aerogeradores, que são as grandes turbinas colocadas em lugares de muito vento. Elas tem a forma de um cata-vento ou um moinho. Esse movimento, através de um gerador, produz energia elétrica. Precisam agrupar-se em parques eólicos, concentrações de aerogeradores, necessários para que a produção de energia se torne rentável, mas podem ser usados isoladamente, para alimentar localidades remotas e distantes da rede de transmissão.

É possível ainda a utilização de aerogeradores de baixa tensão quando se trata de requisitos limitados de energia elétrica. A energia eólica é hoje considerada uma das mais promissoras fontes naturais de energia, principalmente porque é renovável, ou seja, não se esgota. Além disso, as turbinas eólicas podem ser utilizadas tanto em conexão com redes elétricas como em lugares isolados.

Já a biomassa de cana-de-açúcar, pode ser utilizada de diversas maneiras e um dos projetos mais promissores é a de combustão. Nela as matérias-primas como o bagaço da cana-de-açúcar, a serragem da madeira e resíduos da agricultura (cascas de árvores, de arroz, de café e até capim) são processadas em circuito fechado de combustão. Ali, são queimadas e degradadas e se transformam em vapor. Parte desse vapor é usada na produção de açúcar. A outra, vai para uma máquina, que transforma a energia térmica, em energia mecânica e, por meio de um gerador acoplado ao equipamento, produz energia elétrica. A cada 100 quilos de bagaço de cana-de-açúcar são produzidos 70 quilos do bio-óleo.

Impactos não são
evitados, só minimizados

Até a década de 80, a implantação das usinas hidrelétricas viabilizava a parte técnica e econômica. A execução destes projetos ficava a cargo das empresas estatais estaduais e federais. E como todas eram grandes empresas, os impactos sociais e ambientais gerados pelas instalações também eram imensos. A informação é do geólogo e engenheiro elétrico da CPFL, Tarcísio Borin Jr. “Não havia legislação até então e todos os planos executados ignoravam os prejuízos ecológicos daquelas áreas devastadas e inundadas. Só a partir de 1987, com a criação do Comitê de Meio Ambiente do Setor Elétrico, que se estabeleceu pela primeira vez no País, implementos de políticas públicas para o Meio Ambiente (COMASE)”, frisou.

Borin informou que nos anos 90, as hidrelétricas começaram a adotar critérios e procedimentos para a identificação, sistematização e apropriação das áreas, levando-se em conta, impactos ambientais e medidas de controle. Entre os maiores danos pode-se enaltecer as alterações de vazão, os assoreamentos, além da inundação da vegetação e perda de habitat natural da fauna terrestre e aquática. “Infelizmente não há nenhum projeto que recupere a biodiversidade de forma total, apenas parcial da área ocupada pela construção da hidrelétrica. Temos sim, diversas medidas de controle, como mecanismos que garantam a vazão mínima do rio, contenção de encostas, coleta de mudas e implantação de viveiros para a possível recuperação da flora”.

Na fauna há o resgate de algumas espécies de animais aquáticos e terrestres. “Nem todos sobrevivem pois muitos não conseguem se adaptar as mudanças. Não se pode evitar esses impactos, nosso trabalho é na tentativa de minimizá-lo”, finalizou.

Resumo da Semana

A Organização Meteorológica Mundial, agência especializada das Nações Unidas (ONU), afirmou que não há dúvidas de que a mudança climática existe e o mundo está sofrendo suas conseqüências, por isso é necessário se concentrar na adaptação a esse novo cenário e tentar minimizar seus efeitos.

“A mudança climática já aconteceu. Agora é preciso tentar se adaptar e diminuir seus efeitos”, afirmou em entrevista à agência Efe o subsecretário-geral da OMM, o sul-africano Jeremiah Lengoasa, que participa da segunda Conferência Internacional sobre Mudança Climática e Turismo, com duração de três dias em Davos, na Suíça. Lengoasa afirmou que a OMM conta com os dados e o conhecimento global sobre os efeitos do aquecimento global, mas não tem informação suficiente no âmbito local. “Quantos mais dados tivermos, mais concretos e locais, mais informação poderemos recolher para fazer uma análise detalhada”, afirmou, acrescentando que, “conhecemos a imagem geral, mas precisamos da informação local, concreta, e dessa forma realmente poderemos ajudar”.

(Gazeta de Limeira, 07/10/2007)


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -