A subsidiária da Stora Enso no Brasil pensa em uma nova linha de produção de celulose para a Veracel, associação entre a Stora e a Aracruz Celulose na Bahia, com mais de um milhão de toneladas adicionais de capacidade, produção de energia que poderia ter biocombustíveis e também de petroquímicos básicos a partir de celulose. O modelo segue as pesquisas mais recentes que a companhia, uma das gigantes do mercado de papéis, está fazendo na Finlândia e vale para os três novos investimentos que a empresa deve fazer no máximo até 2015 na América Latina: uma fábrica de celulose no Uruguai, outra no Rio Grande do Sul e também a expansão da Veracel. A Stora Enso detém 50% da Veracel na parceria.
''Se fossemos ampliar hoje a Veracel seria nestes termos. E se fossemos hoje apresentar o projeto de novas fábricas seria pensando em energia como um dos produtos a serem vendidos, assim como a celulose e o papel. É uma forma de a rentabilidade crescer sempre '', disse à Gazeta Mercantil o vice-presidente da empresa na América Latina, Otávio Pontes.
A companhia já coloca em prática a produção de energia em sua matriz na Finlândia. Lá a empresa passou a recolher as cascas e restos de árvores que ficavam no campo para queima-los e transformar o vapor em energia. ''A energia tornou-se muito cara. A intenção é usar estes restos da Veracel para produzir eletricidade, biodiesel e até petroquímicos'', disse.
Segundo o executivo, hoje as fabricantes de celulose, inclusive a Veracel, são auto-suficientes em energia. Mas a idéia é ter a energia como produto rentável. ''A economia mundial mudou e as fábricas também precisam mudar'', disse. A empresa já possui uma parceria na Finlandia com a Neste Oil. ''As parcerias devem sair do nosso mercado e complementar nosso portfólio de produtos. Como não temos refinaria, fazemos parcerias com quem possui. No Brasil pode haver no futuro parcerias com a Petrobras, por exemplo.''
A Stora Enso está em processo de obtenção da licença ambiental para sua fábrica no Rio Grande do Sul e também no Uruguai. A morosidade da licença não assusta a empresa. ''O estado não tinha regulamentação sobre isso. Agora, com a chegada de tantos investimentos, há muitas regras, e está correto. Quanto mais tivermos transparência e informações precisas mais rápido teremos a licença'' O mesmo ocorre no Uruguai. ''A diferença é que lá a preocupação maior é com a legalidade''.
(
Gazeta Mercantil, 05/10/2007)