Uma comissão formada por profissionais do ramo foi ontem à Assembléia Legislativa pedir ajudaUma comissão de marceneiros de Rio Branco esteve, na quarta-feira (03/10), na Assembléia Legislativa, pedindo apoio dos parlamentares. Os trabalhadores alegam que estão sendo impedidos de trabalhar pelo Instituto Meio Ambiente do Acre - Imac, que não concede a eles licença para fazer transporte de madeira.
De acordo com um dos membros da Comissão, José Maria Moura, atualmente são 485 marceneiros só na capital, que passam por esse problema, que foi causado com a aprovação do novo Plano Diretor da cidade. Com a nova estrutura do município, os locais onde funcionam as marcenarias perderam os certificados de viabilidade do solo, que não foram mais oferecidos pela Prefeitura.
Sem a autorização do Executivo Municipal o Imac também proibiu os marceneiros de transportarem madeira, alguns locais foram fechados e outros receberam multas que variam de R$300 até R$9mil. "As multas não têm valor estabelecido, vai da vontade do fiscal", falou Moura.
Outro ponto questionado pelos marceneiros é o fato de que eles não derrubam as árvores que utilizam, apenas reaproveitam o que é derrubado por colonos e fazendeiros. Eles reclamam que têm tido prejuízo até mesmo em relação aos fornecedores, que se recusam a vender madeira para eles por causa da falta de certificação.
"São todos micro-empresários que precisam trabalhar na legalidade", disse o vereador Astério Moreira, que acompanhou o grupo na visita à Assembléia. Para solucionar o caso, o presidente da Comissão de Legislação Agrária, deputado Moisés Diniz (PCdoB), propôs a realização de uma audiência pública envolvendo os marceneiros, Governo do Estado, Prefeitura e Câmara Municipal de Rio Branco, Ministério Público, Ibama, Imac, Funtac e algumas instituições bancárias que possam estar financiando os moveleiros.
A reunião deverá envolver ainda alguns municípios próximos à capital, já que, segundo o deputado Mazinho Serafim (PT), o problema também ocorre em outras cidades. "Em Sena Madureira existem 20 moveleiros na mesma situação, já nos reunimos com o Ibama seis vezes, mas ainda não conseguimos uma solução".
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O Rio Branco, 04/10/2007)