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trabalho escravo
2007-10-06
Donos da empresa e representantes do governo revelam versões opostas

Com base em vídeos e fotografias, foi realizada quinta-feira (04/10) a acareação entre os responsáveis pelo grupo móvel dos fiscais do Trabalho e dos diretores sócios da empresa Pará Pastoril e Agrícola (Pagrisa).  A oitiva aconteceu em reunião da Comissão Temporária Externa do Senado, criada em agosto para apurar as denúncias de libertação de 1.108 trabalhadores mantidos em condições análogas ao trabalho escravo na maior empresa sucro-alcooleira do Pará.  A audiência foi marcada por forte presença de fiscais do Trabalho e empregados da Pagrisa, grupos trazidos ao Senado pelas duas partes conflitantes.

Em defesa da ação do grupo móvel estava o auditor do Ministério do Trabalho, Humberto Célio, responsável pela fiscalização ocorrida em junho na empresa, e o procurador do Ministério Público do Trabalho, Antonio Luiz Fernandes, representando a Pagrisa, os dirigentes da empresa, os irmãos Marcos e Fernando Zancaner.

O primeiro a falar foi Humberto Célio que mostrou documentos relativos a irregularidades em rescisões trabalhistas na Pagrisa e imagens do que ele classificou insistentemente de 'condições degradantes' de trabalho na empresa.  As imagens vistas pelos senadores revelavam más condições no alojamento, nos banheiros e na alimentação fornecida aos trabalhadores – que incluía carnes em estado de putrefação.

O procurador Antonio Luiz, que esteve visitando a Pagrisa por 12 dias, também não viu excessos na fiscalização e declarou que a Pagrisa não cumpre a legislação.'

Antônio Luiz protagonizou um dos momentos mais nervosos da audiência.  Ele se irritou ao se ver no vídeo apresentado pelos representantes da Pagrisa afirmando que as estruturas da empresa eram excelentes.  'Cortaram minha fala.  Disse que a estrutura era excelente, mas o trabalho era indigno.  Foi o que eu disse na ocasião', reclamou o procurador.

Defesa
Fernão Zacaner, falando pela Pagrisa e em nome dos irmãos e sócios presentes à audiência, contestou as denúncias utilizando um vídeo e questionando a veracidade dos dados incluídos no relatório da auditoria.  Segundo ele, o relatório da fiscalização contém documentos falsos, relativos à compra de medicamentos acima do preço para serem revendidos aos trabalhadores.  Ele afirmou que a Pagrisa paga a maior remuneração per capita ao cortador de cana em todo o Brasil - R$ 3,66 por tonelada de cana cortada - oferecendo também a melhor infra-estrutura social para uma empresa deste porte, incluindo plano de saúde, médicos, escola e alimentação adequada.

'O relatório do auditor tem 35 páginas de publicações da imprensa e apenas 41 sobre operações técnicas, ou seja, eles cometeram excessos, principalmente limitando a movimentação dos empregados da empresa enquanto havia a fiscalização, e fotografaram só o que queriam, divulgando tudo por meio da agência internacional Reuters 'como o maior flagrante de trabalho escravo no Brasil', criticou.

Ao final do debate, o senador Paulo Paim (PT-RS) propôs que o assunto seja encaminhado definitivamente à Subcomissão Permanente do Trabalho Escravo, da Comissão de Direitos Humanos do Senado, para que a atuação da comissão Temporária não pareça ter caráter político apenas.


(O Liberal, 04/10/2007)


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