A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, propôs uma reflexão à
comunidade acadêmica da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)
quinta-feira (4), em Vitória (ES), sobre como traduzir em políticas públicas
as soluções idealizadas para enfrentar problemas relacionados ao meio
ambiente. A ministra participou da Semana de Extensão Universitária da
instituição, cujo tema foi "Meio Ambiente - Responsabilidade Universal".
Segundo Marina Silva, é fundamental encontrar meios para converter as
decisões de acordos multilaterais - como a ECO 92, a Convenção-Quadro
sobre Mudanças Climáticas e o Protocolo de Quioto - em ações efetivas
nos países que os ratificam. "De nada adiantam (esses acordos) se não
houver propósito ético e político para implementá-los. Ainda falta
compromisso ético para traduzir decisões em políticas públicas. A
técnica que não é acompanhada da ética não é boa ferramenta", analisou.
Para a ministra, a responsabilidade sobre o meio ambiente é realmente
universal, principalmente depois da divulgação dos últimos relatórios
do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), no final
de 2006 e no primeiro semestre deste ano, com a previsão alarmante de
aquecimento de 1 a 4 graus na temperatura do Planeta. O resultado, de
acordo com a ministra, é o aumento do nível do mar e uma série de
desastres naturais em todo o mundo.
Na avaliação de Marina Silva, esse cenário exige, agora mais do que
nunca, que seja inserido o princípio da transversalidade no cuidado com
o meio ambiente sob todos os aspectos do dia-a-dia.
Em outra palestra sobre "Ciência e Ética para o Desenvolvimento de
Territórios Sustentáveis", em Guarapari (ES), Marina Silva participou
do encerramento do V Congresso Brasileiro de Agroecologia. "Esse é um
encontro de saberes que pode criar uma nova narrativa para questões
ligadas à sustentabilidade social, cultural, ética, politica e
econômica", disse a ministra no evento.
Secretário defende projeto sobre serviço ambiental
O secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do
Ministério do Meio Ambiente, Egon Krakhecke, defendeu a
aprovação do projeto de lei que institui a Política Nacional de
Serviços Ambientais, em tramitação no Congresso Nacional. Ele
participou da abertura do Terra Madre Brasil - encontro mundial de
comunidades do alimento realizado a cada dois anos pelo movimento Slow
Food. O evento ocorre em Brasília simultaneamente à IV Feira Nacional
da Agricultura Familiar e Reforma Agrária, promovida pelo MDA em
parceria com o MMA.
Em sua exposição, o secretário defendeu a criação de mecanismos de
incentivo para o modelo sustentável de produção e pediu apoio para a
aprovação do projeto. "Ele busca premiar quem adota práticas de
sustentabilidade na agricultura familiar e comunidades tradicionais,
remunerando pelo serviço ambiental aquele que conserva", explicou.
Para ele, hoje vive-se um tempo em que cada vez mais a sociedade
contesta o modelo de produção e consumo insustentável o que força todos
os atores sociais a buscar modelos alternativos e de bases
sustentáveis. "O MMA está engajado nesse propósito, trabalhando em
parceria com outros ministérios e também com os pequenos agricultores e
comunidades tradicionais para garantir a viabilidade socioambiental
daquilo que consumimos", disse.
(
MMA, 05/10/2007)