(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
construções ecológicas
2007-10-05
Alternativas para construções sustentáveis com técnicas de baixo impacto ao meio ambiente e a viabilidade da aplicação prática destas propostas nas edificações urbanas foram debatidas durante o Seminário Quartas Temáticas da Cidade (03/10), uma parceria entre a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMAM) viabilizada através do Fundo Municipal de Meio Ambiente, em Porto Alegre. Foi apresentado o projeto da futura sede do Núcleo Amigos da Terra/Brasil (NaT), que transformou um imóvel abandonado sem condições de uso, cedido em 2005 pelo Patrimônio Nacional da União, num projeto arquitetônico sustentável elaborado pela equipe de arquitetos da Criação em Arquitetura Sócio-Ambiental para o Núcleo Amigos da Terra (CaSaNaT).

A casa objetiva, sobretudo, promover aos visitantes a difusão de práticas cotidianas ambientalmente corretas, através da visualização dos sistemas propostos. “Tudo fica exposto para que os visitantes percebam e entendam. A recuperação da fachada, por exemplo, valoriza um patrimônio cultural da cidade e dialoga com a população que trafega por esse passeio público”, explica a arquiteta Vivian Ecker.

O trabalho visa transformar o local no Centro de Referência em Construção Sustentável no Meio Urbano e no Centro de Documentação Magda Renner, isto é, um acervo catalogado digitalmente com mais de 3 mil títulos sobre a temática ambiental, uma videoteca com mais de 200 volumes, arquivos e documentos que registram a história da entidade junto ao Movimento Ecológico gaúcho e nacional desde a década de 70.

A equipe apresentou diferentes estratégias sustentáveis para serem aplicadas na reforma de uma casa convencional, tais como:
- reuso e reciclagem de materiais, uso de peças provenientes da parte da construção existente a ser demolida na edificação a ser construída, ou obtidas de matérias de demolição ou descartados na cidade;
- materiais de baixo impacto: seleção de materiais levando em conta seu ciclo de vida;
- eficiência energética: uso de aquecedores de água; economia de energia pela otimização da luz solar para condicionamento térmico e iluminação natural e da energia solar por meio de placas fotovoltáicas;
- tratamento de efluentes: tratamento local das águas servidas, visando contribuir para minimizar a contaminação ambiental e utilizando os efluentes tratados para manutenção dos jardins produtivos;
- aproveitamento da água da chuva: recolhimento da água da chuva, reduzindo o uso da água potável, especialmente nos vasos sanitários e jardins;
- cobertura verde com acesso e uso de vegetação nativa no paisagismo produtivo;
- espaços integradores: criação de locais de inter-relação entre usuários e visitantes, onde a comunidade possa se envolver nas atividades realizadas, possibilidade de acessibilidade universal.

Uma das curiosidades que mais chamaram a atenção dos participantes foi o uso da cobertura verde, que transforma o telhado num ‘jardim’ com vegetação nativa para obter o isolamento térmico e a absorção do excesso de chuva, além de proporcionar um espaço para que a planta faça a fotossíntese em meio à poluição da cidade.

Descobrir a origem dos recursos aos quais se propunham comprar foi uma das grandes dificuldades encontradas pela equipe. “Constatamos a total desinformação dos fornecedores a respeito da composição dos materiais oferecidos nas suas lojas, assim como a origem, porque queríamos ter a garantia de que fossem da região, caso contrário, a construção deixa de ser sustentável, já que o deslocamento no transporte das cargas gera poluição”, esclarece o arquiteto Fernando Costa e acrescenta “levamos mais tempo que o comum para adquirir os produtos da lista e descobrimos que ainda é escassa sua oferta no Brasil alto seu custo. Não adianta defender o ambiente e não se preocupar em conhecer as origens do que se consome. Este trabalho exige ainda mais do profissional em relação à arquitetura convencional de cimento”, analisa.

O custo total do projeto foi orçado em R$ 180 mil reais. O Núcleo Amigos da Terra Internacional (Friends of Earth International – FoEI) deu um incentivo inicial, além disso, algumas empresas contribuíram com a doação de materiais de construção. Outro apoiador é o Banco Real que doou uma quantia de R$ 30 mil reais. O projeto está em fase de captação de recursos desde abril de 2006 quando foi concluído. “Num primeiro momento os gastos podem ser maiores, mas a longo prazo os benefícios são visivelmente muito superiores para a saúde e o meio ambiente”, aponta Fernando.

Enquanto aguardam a licença da Prefeitura Municipal para o início das obras, os Amigos da Terra preparam o terreno, fazendo o resgate das mudas que se encontram no local e encaminhado-as para o viveiro Bruno Irgang da UFRGS, antes da demolição seletiva do imóvel, que será reaproveitado na reforma. “Queremos que esse modelo seja adotado como parte das políticas públicas do município, porque ela é comprovadamente viável. O poder público tem que fazer o trabalho de provocar o mercado”, pontuou Fernando.

Em resposta a colocação do arquiteto, o secretário municipal de Meio Ambiente, Beto Moesch, que chegou ao final da apresentação, adiantou que a parceria entre a SMAM e o Núcleo segue em 2008. “Nos comprometemos a fazer uma agenda para viabilizar a construção da Casa. O que estiver ao alcance da SMAM, ela vai exigir”, prometeu. De acordo com o secretário, no próximo ano serão ampliadas as verbas para todas as ONG’s, que vão poder contar com recursos de R$ 25 mil reais provenientes do Fundo Municipal de Meio Ambiente mediante a apresentação de projetos.

A CaSaNaT está localizada na rua Olavo Bilac, 192, no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre.

(Por Adriana Aguero, Ambiente JÁ, 05/10/2007)

desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -