Inaugurado dia 28 de setembro em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, a 31 quilômetros de Porto Alegre, o prédio do Centro Turístico Municipal é a primeira obra pública do Brasil 100% amiga da Amazônia. Nele foi usada apenas madeira amazônica certificada pelo Conselho de Manejo Florestal (FSC, na sigla em inglês), reduzindo o impacto ambiental e também os custos do projeto.
A iniciativa é fruto de um compromisso assumido pela prefeitura local com a União Protetora do Ambiente Natural (Upan) e o Greenpeace, que criou em 2003 o programa Cidade Amiga da Amazônia, destinado a ajudar municípios e estados de todo o país a eliminarem o consumo de madeira extraída de forma ilegal ou predatória na Amazônia.
O prédio inaugurado pelo prefeito Ary Vanazzi (PT) abriga o Centro de Informações Turísticas da Rota Romântica da Serra Gaúcha, que tem seu marco zero em São Leopoldo e abrange outros 11 municípios. “A concretização dessa obra pioneira demonstra que tanto o poder público quanto a iniciativa privada podem contribuir com a preservação de nossas florestas, consumindo seus recursos de forma responsável”, diz Márcio Astrini, do programa Cidade Amiga da Amazônia.
A redução do impacto ambiental do centro turístico de São Leopoldo foi pensada desde a concepção do projeto. Captação da água da chuva, aproveitamento da iluminação natural, ventilação e aquecimento espacialmente planejados também contribuíram para baratear os custos. “Preservar nossas florestas, suas comunidades e a biodiversidade é dever de todo cidadão e obrigação do poder público”, diz Astrini.
Segundo a empresa responsável pela obra, Sawaya Construções e Incorporações, a obra custou menos da metade de um projeto que usassem matéria-prima convencional, não certificada. “Os orçamentos oferecidos pelos fornecedores locais eram mais que o dobro que o da madeira certificada que compramos diretamente de uma empresa certificada no Pará”, conta Júlio César Sawaya, diretor da empresa.
Mesmo com o pagamento do transporte da madeira certificada do Pará até Rio Grande do Sul, além da compra de ferramentas adequadas para tratar o material, a obra ficou bem mais em conta.
A certificação florestal FSC é independente e adota critérios aceitos internacionalmente. O selo oferece ao consumidor a melhor garantia de que a atividade madeireira ocorre de maneira legal e não acarreta a destruição das florestas, além de ter origem em uma operação socialmente justa e economicamente viável.
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EcoAgência, 05/10/2007)