Desolação com a perda de quase tudo o que tinham e incerteza sobre o futuro. Esta é a situação das dez famílias de São Sebastião do Caí que ainda não puderam voltar para casa depois da enchente do Rio Caí e que se encontram no Parque Centenário. Doze dias após as águas terem inundado 70% do município, que decretou estado de calamidade pública, pais, mães e crianças seguem vivendo em abrigos improvisados dentro dos ginásios do parque e reclamam de falta de auxílio da prefeitura. O prefeito Léo Klein (PP) afirma que todos estão sendo atendidos com alimentação e assistência médica e social e serão levados para um ginásio com melhor estrutura no bairro Rio Branco.
Apesar da maioria das 338 famílias atingidas pelas cheias, das quais 450 pessoas ficaram desabrigadas e foram atendidas pelo município, já ter voltado para casa, o rastro de sujeira e destruição ainda é bem visível nos bairros inundados, principalmente Navegantes, que fica nas margens do rio. Muitas pessoas tiveram suas casas danificadas ou destruídas pela enchente. É o caso do auxiliar de serviços gerais e biscateiro Édipo David da Silva, de 19 anos, que ainda não sabe onde vai morar. ‘‘Estou aqui no parque até hoje (ontem) porque minha casa foi esmagada pelas águas e simplesmente não tenho para onde ir. Agora, com menos gente, a situação ficou um pouco melhor, mas mesmo assim a vida tem sido bem complicada.’’
AUXÍLIO - Apesar das reclamações da falta de apoio, o prefeito diz que está agindo. ‘‘Todos sabem a maneira como trabalhamos este problema das enchentes e posso afirmar que em nenhum momento abandonamos aquele pessoal. Mantemos o atendimento e os auxílios.’’ Léo disse que as famílias que ainda estão no parque serão removidas. ‘‘Aquelas que não tiverem como voltar para casa vão ser transportadas para um abrigo com melhor estrutura e vamos ajudar o pessoal a reconstruir suas casas. Queremos melhorar as condições destas pessoas e também permitir a realização de eventos previstos para o nosso parque.’’ Klein ainda destacou a solidariedade de todo o Estado. ‘‘Recebemos 300 cestas básicas da Defesa Civil estadual e temos recebido também alimentos e material de várias cidades gaúchas.’’
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Jornal NH, 05/10/2007)