Valendo-se dos avanços da tecnologia na área da saúde, dirigentes e alunos da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) experimentam em sala de aula simuladores plásticos em substituição a animais. A técnica diminui a pressão das organizações defensoras do ambiente.
O material didático, utilizado no Laboratório de Técnica Operatória e Habilidades Cirúrgicas, fez da instituição uma das pioneiras desta prática no Brasil. Para conhecer as instalações, mês passado, alunos e professores da Universidade Federal de Santa Catarina visitaram o local para conversar sobre os resultados da técnica. Os simuladores - imitações de partes do corpo humano feitas de plástico e sangue falso - foram implantados ano passado, diz o professor e médico Geraldo Sidiomar Duarte, chefe de cirurgia da faculdade.
Nas aulas, os alunos aprendem por meio das peças plásticas a técnica de suturar (costurar), fazer incisões (cortar), punções (encontrar uma vaso sangüíneo) e outros procedimentos médicos. Antes da implantação dos simuladores - que teve o custo de R$ 300 mil - cães eram utilizados como objeto de estudo dos procedimentos médicos.
- Os animais eram anestesiados e depois usados como material de didático - recordou Duarte.
De acordo com o professor, as aulas ganharam qualidade ao substituir animais pelos simuladores, além de poupar recursos para a faculdade na manutenção dos animais e na conservação dos tecidos usados nas aulas. Para o professor e médico Milton Berger a tecnologia também ajudou a reduzir em zero a possibilidade um acidente biológico - um aluno pode contaminar-se durante o manuseio do material natural, por exemplo - e não compromete os ensinamentos ministrados no laboratório.
Juliana Rosito Pinto Kruel, 26 anos, aluna do nono semestre de Medicina, diz já ter ouvido relatos sobre o uso de animais em aula, mas está satisfeita com a nova técnica.
- O aprendizado que estou tendo nos simuladores não deixam nada a desejar - afirma a jovem.
(Por Carlos Wagner,
Zero Hora, 05/10/2007)