O Ministério Público Federal (MPF) quer a responsabilização dos supostos autores do vazamento das informações da Operação Moeda Verde, desencadeada no dia 3 de maio pela Polícia Federal para apurar denúncias de comercialização de licenças ambientais em Florianópolis. Os procuradores da República que investigam paralelamente o caso afirmam que o vazamento ocorreu no dia 9 de novembro de 2006, na prisão em flagrante do então vereador Juarez Silveira (sem partido). Ele trazia bebidas ilegalmente do Uruguai e já tinha o telefone grampeado pela PF.
Segundo o procurador João Marques Brandão Neto, há suspeita de que investigados tenham se beneficiado das informações que receberam seis meses antes da ação policial ser deflagrada.
Brandão disse que a descoberta do MPF surgiu depois que os procuradores analisaram as escutas telefônicas autorizadas pela Justiça Federal. O sigilo do inquérito, de acordo com Brandão, impede a divulgação de quem teria vazado o conteúdo. Ele pedirá ao juiz Zenildo Bodnar a liberação do material.
Na época da prisão, Juarez Silveira teria conversado com uma autoridade municipal a respeito do trabalho que estava sendo desenvolvido pela PF na área ambiental. Em maio, Juarez foi apontado como sendo o suposto chefe do grupo responsável por ilegalidades na área ambiental que beneficiava grandes empreendimentos.
Brandão garante que essa origem do vazamento tira a suspeita em cima do procurador do MPF, Walmor Alves Moreira, afastado do inquérito pelo juiz Bodnar por suposta falta de isenção na investigação. Agora, Walmor tenta voltar ao caso por meio de um mandado de segurança que entrou na Justiça Federal. O delegado Ricardo Dottori investiga o vazamento de informações em um inquérito instaurado no dia 16 de maio pela PF.
Presidente da Fatma depõe à CPIO presidente da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Fatma), Carlos Leomar Kreus, admitiu que as diferentes legislações ambientais para os órgãos federal, estadual e municipal podem gerar confusão em torno dos licenciamentos e as áreas de atuação.
A declaração foi dada ontem à tarde em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Moeda Verde na Câmara de Florianópolis.
Kreus acredita que a saída para resolver o impasse está na informatização do sistema entre os órgãos pelo Ministério do Meio Ambiente. O representante da Fatma levou técnicos do órgão estadual para ajudá-lo a responder os questionamentos dos vereadores. O próximo depoimento é o do superintendente do Ibama/SC, Luiz Ernesto Trein, dia 16.
(
A Notícia, 05/10/2007)