Foram feitas 8 consultas públicas sobre criação da área de reserva na Baía de Babitonga.Objetivo é organizar atividades já existentes e preservar animais.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Chico Mendes querem criar a primeira reserva de fauna do país no Litoral de Santa Catarina. Oito consultas públicas foram feitas na região para saber a opinião dos moradores sobre esse assunto. A baía de Babitonga é um refúgio de várias espécies em extinção.
A baía da Babitonga tem área de 170 quilômetros quadrados de água e mais de 6 mil hectares de mangue que serve de berçário e fonte de alimento para peixes, crustáceos e moluscos.
A Babitonga é o refúgio de muitas espécies ameaçadas, como o gigante mero, um parente da garoupa, que pode pesar até 400 quilos. Também é o lar de 200 botos cinza e da toninha, o menor dos golfinhos brasileiros, que corre risco de extinção.
"Aqui na baía de Babitonga, nós temos a única região que tem sua população residente de toninhas. E a falta de conservação e a destruição desta área colocará em risco essa população que é única", diz a bióloga Marta Cremer.
A Babitonga convive com o homem há 503 anos, desde a fundação de São Francisco
do Sul. Hoje, a baía está cercada por cinco municípios - são 800 mil. E a baía sente a poluição de esgotos domésticos e de dejetos industriais.
Os dois mil pescadores da Babitonga reclamam da queda na produção. "Tem muito pescador e pouco peixe", diz Wellington Corrêa.
Com a reserva de fauna, o Ministério do Meio Ambiente quer evitar a construção de quatro terminais marítimos de cargas na baía, onde já funciona o porto de São Francisco do Sul.
"A gente vai compatibilizar as atividades que hoje já existem, como o porto, a pesca, a maricultura e o turismo, com a proteção das espécies que habitam essa região e que são muito importantes. Algumas delas, inclusive, ameaçadas de extinção", diz a bióloga Ana Maria Rodrigues.
(
G1, 04/10/2007)