O Escritório da ONU para a Década da Água, cuja sede será inaugurada nesta sexta-feira (05), na Espanha, apoiará os projetos e iniciativas dos 193 países da Assembléia para tentar reduzir pela metade o número de pessoas que não têm acesso à água potável e que atualmente chega a 1,2 bilhão.
Assim explicou nesta quinta-feira (04) o diretor do Escritório, Carlos Fernández-Jaúregui, em entrevista coletiva na qual apresentou os objetivos e as atuações previstas do Escritório da ONU, a primeira deste tipo que instala na Espanha, em Zaragoza.
Os objetivos para os próximos anos são apoiar "a gestão integral dos recursos hídricos" e "concentrar-se no tema de água potável e saneamento", por isso que foram planejadas atividades encaminhadas precisamente a achar uma solução à situação atual da água no mundo, "grave e delicada", segundo Fernández-Jaúregui.
"A comunidade internacional não pode ser indiferente perante esta situação", explicou o diretor do Escritório da ONU de Apoio à Década Internacional para a Ação Água fonte de vida 2005-2015.
Segundo Fernández-Jaúregui, 1,2 bilhão de pessoas não têm acesso a água segura, 2,6 milhões não têm saneamento e a cada três segundos morre uma criança no mundo por problemas relacionados com a qualidade da água.
Estes números são "dramáticos", por isso que a meta da ONU para 2015 é conseguir reduzir pela metade as pessoas sem acesso a água potável e coleta de esgoto, um desafio "muito grande" que, segundo sua opinião, apenas a América do Sul conseguirá.
Campanhas de informação, formação, comunicação, fomentar a cooperação horizontal entre países do sul e do norte, além de auspiciar educação e pesquisa, são as ações que o Escritório pretende promover, que contará com um orçamento bienal atribuído pela sede de Nova York até 2015 em função das necessidades das diferentes regiões do mundo.
O diretor do Escritório da ONU anunciou que em janeiro ou fevereiro de 2008 será realizada em Zaragoza uma reunião à qual estarão convidados todos os países do mundo com o objetivo que apresentem seus problemas com a água e suas possíveis soluções, propostas que serão diferentes levando em conta a cultura, educação, religião e recursos humanos de cada país.
Nesta quinta-feira começou em Zaragoza uma reunião na qual participarão representantes de várias agências da ONU, de países-membros, ONGs e empresas privadas, para buscar propostas e idéias sobre as quais começar a trabalhar, disse o diretor do escritório.
(Estadão Online, 04/10/2007)