Todos os 3.200 trabalhadores presos numa mina de ouro da África do Sul, o maior produtor mundial do minério, já foram resgatados pelas equipes de socorro, que deram por encerrados os trabalhos de salvamento nesta quinta-feira (4/10). Os últimos mineradores foram recebidos numa das entradas da mina, localizada no povoado de Carletonville, por Patrice Motsepe, presidente da empresa que explora a jazida, e pela ministra de Minas e Energia do país, Buyelwa Sonjica, informou a agência "Sapa".
Na manhã de ontem, cerca de 3.200 trabalhadores ficaram presos em galerias subterrâneas do local após a queda de uma coluna no fosso do elevador principal, que ficou parado com a conseqüente destruição de várias ligações elétricas. Já de noite, grupos começaram a ser retirados por elevadores de carga auxiliares e por túneis que fazem ligação com outras minas da região.
Nenhum dos mineradores ficou ferido no acidente, mas três tiveram que ser levados para centros médicos devido a sintomas de desidratação, segundo fontes oficiais. As autoridades ordenaram o fechamento da mina para que o ocorrido seja investigado. Sindicatos reclamaram da falta de uma saída de emergência na jazida e do fato de a empresa exploradora não fazer a devida manutenção do local.
Nos últimos dois anos, só nas minas de Carlentonville, a sudoeste de Johanesburgo, pelo menos 12 pessoas morreram em acidentes de trabalho. alvamento. O primeiro grupo, de 75 pessoas, foi tirado com a ajuda de um elevador de carga auxiliar, informou a porta-voz da Harmony, Amelia Soares, à 1h30 de hoje (8h30 de Brasília da quarta-feira).
Até a metade do dia, tinham sido resgatados 1.725 mineiros, segundo fontes da empresa. Os outros foram retirados de noite. Os trabalhadores levados à superfície estavam em boas condições, mas muito cansados e famintos, de acordo com fontes da empresa e sindicais. Eles passaram um dia nas galerias sem ter muita informação sobre as operações de resgate, segundo a "SAfm". O resgate foi acelerado com o uso de um elevador de carga de minérios que pode levar à superfície 300 pessoas por hora. A empresa informou que existem saídas para outra mina de ouro adjacente operada pela companhia Anglogold.
Falta de manutenção
Representantes sindicais reclamaram que a mina estava há muito tempo sem receber manutenção e que não existiam saídas de emergência. A ministra de Minas e Energia da África do Sul, Buyelwa Patience Sonjica, concorda com esta opinião. "Estamos preocupados com a manutenção. Será aberto um inquérito", disse a ministra à "SAfm". Sonjica afirmou que os mineiros resgatados têm sinais de trauma e cansaço. Assim que forem encerrados os trabalhos, a mina será fechada por seis meses para uma avaliação de suas condições.
(G1, 05/10/2007)