Em entrevista coletiva à imprensa, nesta quinta-feira (04/10), a líder do PT, senadora Ideli Salvatti (PT-SC) negou qualquer manobra do Planalto e de seu partido para blindá-la nas investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das ONGs, instalada na quarta-feira (03/10). De acordo com matérias publicadas na imprensa nesta quinta-feira, o Planalto e o PT teriam acertado, nos bastidores, veto à indicação de Valter Pereira (PMDB-MS) à relatoria da comissão com o objetivo de proteger Ideli.
Conforme reportagem publicada na revista Veja, Ideli teria favorecido com emendas parlamentares ONG de Santa Catarina. Os recursos, que seriam destinados a treinamento, não teriam sido usados ao fim a que se destinavam.
- Quero deixar dito de forma categórica que não devo e não temo. Não estou envolvida - afirmou a senadora.
Ideli afirmou que na investigação que está em curso sobre a Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar na Região Sul (Fetraf-Sul), que teria recebido os recursos, não há referência a envolvimento seu ou de pessoas de seu gabinete no Senado. Apresentando documentos aos jornalistas, Ideli garantiu que nenhuma de sua emendas parlamentares, de 2004 a 2007, foram direcionadas para a Fetraf-Sul, e sim para a agricultura familiar, após discussão e negociação com todas as entidades representantes do setor em Santa Catarina.
A senadora criticou a reportagem de Veja por citar apenas uma frase de um e-mail seu enviado à Fetraf-Sul comunicando a liberação de emendas parlamentares de sua autoria. Segundo Ideli, se fosse publicado na íntegra o e-mail "seria um desmentido cabal" da tentativa de ligar seu nome à investigação de possíveis desvios de recursos de cursos de capacitação da Fetraf.
Durante a entrevista, Ideli confirmou a celebração de acordo entre PMDB e PT para a indicação de Inácio Arruda (PCdoB-CE) para a relatoria da CPI das ONGs.
Valter Pereira, que pretendia assumir a relatoria, comandou a rebelião dos senadores peemedebistas que resultou na rejeição da medida provisória que criava a Secretaria de Planejamento de Longo Prazo, na semana passada.
(Por Laércio Franzon, Agência Senado, 04/10/2007)