As dificuldades enfrentadas pelos 27 municípios que estão em situação de emergência devido às chuvas no Rio Grande do Sul foi o tema da audiência pública da Comissão de Serviços Públicos (CSP) desta quarta-feira (03/10). No encontro, representantes de doze cidades relataram os prejuízos e solicitaram o apoio das autoridades visando a elaboração de um plano de recuperação dessas localidades.
 
O proponente da audiência pública e vice-presidente da CSP, deputado Fabiano Pereira, defendeu a união de esforços para enfrentar o problema. Ele sugeriu a realização de ações preventivas e de longo prazo acatando sugestões dos Comitês de Bacias, mas apontou como fundamental um plano de apoio urgente às famílias atingidas pelas chuvas. “Há milhares de desalojados enfrentando a falta de alimentos, medicamentos e ainda são obrigados a dormir em abrigos e ginásios”, observou.
 
O subchefe da Defesa Civil, Tenente Coronel Marco Aurélio Forlin, destacou o trabalho conduzido pelo departamento que prestou atendimento a praticamente todas as localidades atingidas pelas chuvas, cheias e granizo. Ele manifestou a importância da precisão na elaboração dos decretos de situação de emergência que são essenciais para a rápida e correta apreciação por parte das autoridades competentes em nível estadual e federal. “Até agora recebemos apenas um processo completo, que foi município de São Sebastião do Caí”, lamentou. O deputado Ivar Pavan (PT), comentou que essa imprecisão é um dos dramas dos executivos. “Por vezes até há o dinheiro para ajuda, porém o município não sabe como proceder”, disse.
 
O vice-prefeito de São Sebastião do Caí, Pedro Diomar Flores, detalhou os prejuízos causados pelas cheias do Rio Caí. Mais de 15% da população foi atingida, com um prejuízo estimado em R$ 25 milhões. Desse total, R$ 7 milhões na indústria da alimentação e R$ 1,4 milhão na agricultura familiar. “Pretendemos sensibilizar os governos para uma ação de recuperação do município. Defendemos também um controle sustentável de combate às cheias em nossa região”, completou.
 
Os representantes das concessionárias de energia elétrica, água e telefonia relataram um acréscimo da demanda com recorde de atendimentos no período mais intenso das chuvas. O superintendente de operações da AES Sul, Lucas Luz, informou que aproximadamente 430 mil clientes sofreram algum tipo de prejuízo, o que resultou em 4430 ocorrências.
 
Como outros encaminhamentos da audiência pública, ficaram a solicitação para que a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) que na avaliação dos projetos de saneamento básico previstos para o estado seja incluído um critério que priorize a contemplação daqueles que municípios que sofrem constantemente com as enchentes. Além disso, os deputados da Comissão de Serviços Públicos pedirão apoio da bancada federal gaúcha visando a realização de agendas com os ministros da Cidades e da Integração Nacional, ocasião em que também defenderão a liberação de recursos emergenciais a esses municípios.
 
Participaram do encontro ainda a presidente da CSP, deputada Stela Farias (PT), o deputado Paulo Azeredo (PDT), os prefeitos de: Pareci Novo, Oregino Francisco, de Nova Alvorada, Jaime Casagrande, de Colinas, Edelberto Jasper; os vice-prefeitos: de Sinimbu, Valdemar Biesdorf, de Aratiba, Izelso Zin; o secretário da Fazenda de Liberato Salzano, Edellar Dalacort, o secretário de Assistência Social de Triunfo, João Braga, o procurador de Montenegro, Emerson Hallan, os coordenadores das equipes de apoio da Defesa Civil de Charqueadas, Bibiano de Almeida, e de Faxinalzinho, Américo Rorig, o representante da Prefeitura de Barra do Rio Azul, Fredy Henrique Klein, o chefe do serviço de saneamento da FUNASA, Clóvis Galery, o consultor da área de infra-estrutura da FAMURS, Conceição Krusser, o diretor de operações da CORSAN, Alfredo Artur Dorn e o chefe de operações da CEEE, Sérgio Sodré. 

(Por Marcelo Model Nepomuceno, Agência de Notícias AL-RS, 04/10/2007)