ENGENHEIROS APONTAM EFEITOS NOCIVOS DAS CINZAS DE CARVÃO
2001-12-03
Os engenheiros José Vidal Nardi e Dachamir Hotza, da Universidade Federal de Santa Catarina, propõem o uso de cinzas de carvão para revestimento de rodovias. No estudo Termelétricas da Região Sul do Brasil Enfocadas como Agentes de Poluição Ambiental: Solução do Problema da Cinza em Função da Engenharia Rodoviária, de 1997, eles avaliam as características do carvão utilizado no complexo termelétrico de Charqueadas, no Rio Grande do Sul. Segundo eles, nesse complexo foram consumidas 482.367,98 toneladas de carvão-vapor, o que gerou um total bruto de 265.302,39 toneladas de cinzas. Desse total, 149.244,65 toneladas corresponderam às cinzas volantes (56,25%) e 116.057,74 toneladas às cinzas pesadas (43,75%).Conforme o estudo, são rejeitos extremamente heterogêneos, pois sua composição depende das características mineralógicas e das condições de queima do carvão vapor. Elas apresentam composição sílico-aluminosa: dióxido de silício (SiO2), trióxido de alumínio (Al2O3) e trióxido de ferro (Fe2O3). De acordo com os pesquisadores, a poeira silicosa é o exemplo típico de contaminante que pode ser respirado, em grandes quantidades , sem apresentar efeitos tóxicos aparente, mas a exposição diária e contínua, por anos, pode resultar em grandes problemas para a saúde da população. A medicina constata que as doenças que afetam os pulmões comprometem outros órgãos. Mesmo que uma quantidade suficiente de oxigênio possa ser levada a outros órgãos, esses poderão não funcionar adequadamente. Logo, quando um ou mais órgãos são afetados, as pessoas passam a estar sob condições de risco de vida.