Não é de hoje que as dragas que funcionam ao longo do leito do rio Acre causam danos ao meio ambiente. Demorou, mas como se diz, finalmente as autoridades competentes resolveram investigar a ação dessas empresas que retiram, diuturnamente, areia do leito do rio.
Não que a atividade em si não possa acontecer. Algumas dessas dragas até tem licença do Imac para funcionar e outras dentro dos padrões e regras ambientais. O problema é que a cada ano, a cada semana, a cada dia, o leito do rio vai perdendo parte de sua vida, vai se deteriorando.
Entre as conseqüências da ação de retirada da areia está o risco de erosão próximo às margens do rio. Alguns especialistas vêm alertando para o problema também há algum tempo, mas somente agora se resolveu agir. Antes tarde do que nunca, embora o nosso manancial, a médio prazo, continue ameaçado.
Afinal, não é somente a ação das dragas que vai causando a "morte" do rio Acre. Desmatamentos ao longo da margem e detritos e esgotos que são jogados diariamente, também contribuem para deixar o leito mais poluído. Pelo menos, já um bom começo a se contar a ação das lucrativas dragas, cujo compromisso com o meio ambiente é o menor possível.
(O Rio Branco, 03/10/2007)